Mais de 23 mil imóveis em Goiânia registram focos do mosquito da dengue em 2025
12 novembro 2025 às 09h28

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Goiânia registrou 32.863 focos do mosquito Aedes aegypti em 23.205 imóveis ao longo de 2025, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Conforme o auditor da Diretoria de Vigilância em Zoonoses, Jadson Lima, informou ao Jornal Opção, a situação é um “alerta vermelho” e pode representar uma ameaça à saúde dos goianienses.
Ao longo do ano, a SMS realizou 2.213.545 inspeções em imóveis da cidade, incluindo visitas repetidas a propriedades já vistoriadas. Segundo Lima, grande parte dos focos foi encontrada em imóveis desabitados ou abandonados, que se tornam criadouros ideais para a proliferação do Aedes aegypti. “Visitamos mais de mil imóveis nessas condições e, em cerca de 85% deles, encontramos focos do mosquito. Esses locais podem se tornar fontes de infestação para bairros inteiros”, explicou o auditor.
Segundo o relatório deste ano, foram 2.642.782 imóveis informados. No total, 429.133 estavam fechados, 23.205 apresentaram focos do mosquito, 104 foram recusados e 33.626 precisaram ser revisitados e recuperados. As equipes ainda notificaram 3.750 imóveis por irregularidades.
Durante as inspeções, os agentes eliminaram 582.240 depósitos de água parada, que poderiam servir de criadouros para o mosquito, e utilizaram 91.939 gramas de larvicida. O levantamento identificou 32.863 focos de Aedes aegypti em diferentes regiões da cidade.
Em comparação, entre os meses de janeiro a outubro de 2024 foram realizadas 1.880.149 visitas domiciliares. Foram encontrados 48.329 focos de dengue em 32.212 imóveis. Com base nos dados, Goiânia registrou cerca de um terço a menos de focos e imóveis infestados em 2025.
Segundo o auditor da Diretoria de Vigilância em Zoonoses, o aumento de casos também está relacionado a operações voltadas para imóveis abandonados. Ao mesmo tempo, a pasta atuou em imóveis de acumuladores ou recicladores.
“Goiânia tem uma decisão judicial que permite a limpeza compulsória nesses locais. Nesses imóveis, geralmente encontramos, em média, 30, 40 ou 50 focos do mosquito. Até agora, realizamos 27 operações de limpeza compulsória este ano e, em todos esses locais, foram encontrados, no mínimo, 20 criadouros do Aedes aegypti”, afirmou Lima.
Além disso, imóveis desabitados ou abandonados podem ser vistoriados pela Prefeitura por meio de um agravo de instrumento do município. “A dinâmica é: o agente de combate a endemias identifica o imóvel e passa as informações para a coordenação de fiscalização. Em seguida, fazemos uma programação por escrito, organizada por região, escalando equipes para abrir os imóveis com o auxílio de chaveiro, da Guarda Civil Metropolitana e de auditores fiscais da prefeitura”, explicou.
O auditor reforça que a população pode contribuir: denúncias de imóveis com acúmulo de materiais que possam reter água podem ser feitas pelo aplicativo Prefeitura 24h, acionando a fiscalização municipal. “Esses números são um alerta vermelho. A dengue não espera, e cada foco de mosquito representa uma ameaça real à saúde de todos os goianienses”, concluiu Lima.
Goiânia já contabiliza 30.261 casos prováveis de dengue em 2025, segundo dados do painel do Ministério da Saúde. Até o momento, foram confirmados 33 óbitos causados pela doença e 8 mortes seguem em investigação. A letalidade entre os casos prováveis é de 0,11%, enquanto a letalidade em casos graves chega a 2,43%.
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