Goiânia vai construir bacias de contenção para reduzir alagamentos na Marginal Botafogo

07 outubro 2025 às 10h13

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A Prefeitura de Goiânia prepara um conjunto de intervenções estruturais para conter os recorrentes alagamentos na Marginal Botafogo e em outras áreas críticas da cidade. Uma das estratégias será a instalação de bacias de contenção, os “piscinões”, estruturas capazes de reduzir a velocidade da água das chuvas e minimizar danos em períodos de forte precipitação.
Segundo a Superintendência de Obras e Serviços de Infraestrutura Urbana da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Flávia Ribeiro, a iniciativa integra o Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU), desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG). “Dentro do plano, há uma série de soluções pensadas especificamente para a região da Marginal Botafogo. Paralelamente, já iniciamos projetos próprios para definir essas medidas, que provavelmente incluirão algum tipo de bacia de contenção”, afirma.
O objetivo é atacar a principal causa dos alagamentos: o alto volume de água que chega ao córrego Botafogo durante tempestades. Sem estruturas adequadas para conter o escoamento, a água ganha velocidade e causa destruição mesmo em trechos canalizados.
“Quando temos chuvas volumosas, a maioria do volume vai parar no corpo do Botafogo. Precisamos conter essa água para reduzir os alagamentos. Quando ela corre sem bacias de contenção, ganha muita velocidade e causa danos consideráveis”, explica a superintendente.
Os chamados “piscinões”, termo popular para as bacias de contenção, funcionam como grandes reservatórios construídos ao longo do curso da água para armazenar temporariamente o volume excedente durante as chuvas fortes. Assim, em vez de escoar rapidamente e provocar enchentes, a água é retida e liberada de forma gradual no sistema de drenagem. “Essas estruturas funcionam como amortecedores. Elas seguram a água no momento de pico da chuva e liberam aos poucos, evitando que o córrego receba todo o volume de uma só vez e transborde”, explicou.
Além da Marginal Botafogo, outras regiões também devem receber obras semelhantes. A Marginal Cascavel está no radar da Seinfra, inclusive com possibilidade buscar um novo empréstimo para as obras, e áreas mais antigas — como o Setor Sul — terão a rede de drenagem reavaliada e modernizada para suportar o volume de água atual.
“Essas soluções são comuns em grandes cidades e baseadas na natureza. Elas garantem uma destinação adequada para a água em períodos de chuvas intensas”, diz Ribeiro. Embora os projetos estejam em andamento, a previsão é que as primeiras bacias estejam operando apenas no próximo período de chuvas.
“Como toda obra pública, precisamos cumprir os trâmites legais. A expectativa é que até o próximo período chuvoso já tenhamos novidades”, concluiu. Enquanto as intervenções não ficam prontas, a Prefeitura de Goiânia reforça medidas emergenciais de segurança, como o fechamento temporário da Marginal Botafogo quando o nível do córrego ultrapassar limites pré-estabelecidos pela Defesa Civil.
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