Goiânia será uma das 14 cidades-piloto para o lançamento do projeto “Mobilidade em Foco: Aprimoramento do Sistema Nacional de Informações de Mobilidade Urbana (Simu)”. A iniciativa visa criar uma estrutura unificada e automatizada para a coleta, padronização e compartilhamento de dados do transporte coletivo em todo o Brasil. A capital goiana será a única entre as participantes com abordagem metropolitana.

Iniciativa do Ministério das Cidades, em parceria com a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o projeto pretende construir um banco de dados nacional. Essas informações serão utilizadas futuramente para orientar políticas públicas e investimentos.

Para o secretário-executivo da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), Gilberto Perre, o avanço na coleta e gestão de dados sobre transporte coletivo é um passo fundamental para o desenvolvimento da mobilidade urbana no país. Em entrevista, ele defendeu o programa Simu e a relevância de um banco de dados nacional.

“O país não sabe quantos ônibus circulam, quantos passageiros são transportados, nem qual é a idade da frota. Precisamos de monitoramento dos ônibus em tempo real, assim como é feito com os aviões, verificando até o conforto dos passageiros. Sem esses dados, o país não dispõe de informações básicas sobre o transporte público. (…) Sem essas informações, a negociação e a pactuação federativa sobre essa política pública ficam impossibilitadas”, afirmou Perre, em entrevista.

Otimista com o projeto, ele ressalta que há um compromisso com o Ministério das Cidades e o IBGE a respeito, além do apoio do Banco Mundial. “A construção dessa base de dados é fundamental para que essa negociação avance. Sem ela, a situação fica difícil, porque ficam apenas parâmetros genéricos, e o Governo Federal em geral, assim como os estaduais, ficam mais receosos de colocar dinheiro na mesa”, explicou.

Durante o evento, o prefeito de Goiânia e presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da FNP, Sandro Mabel (UB), pontuou que as medidas utilizadas no projeto já ocorrem na capital. “Estamos saindo do modelo manual para o digital excelência. Sincronizamos semáforos, reorganizamos vias, metronizamos linhas e modernizamos a frota do transporte coletivo”, afirmou

Ao mesmo tempo, o prefeito destacou os planos de transferir o controle da sincronização semafórica para a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC), a implantação de 36 corredores otimizados, o processo de metronização do transporte coletivo, além de investimentos em infraestrutura viária, como intervenções na Avenida Castelo Branco, no Setor Mutirão e na Avenida 24 de Outubro. “Goiânia nunca teve um sistema de semáforos sincronizados. Era uma grande queixa da população e estamos corrigindo isso, saindo do manual e indo para o digital”, destacou.

Além de Goiânia, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Florianópolis, Belém, Manaus, João Pessoa, Campinas, Contagem, Uberlândia e Campina Grande farão parte do projeto.