Estudo garante que Aterro Sanitário de Goiânia está estável e sem riscos de deslizamento
06 novembro 2025 às 10h12

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Um relatório técnico de monitoramento geotécnico apontou que o Aterro Sanitário de Goiânia apresenta condições estáveis e seguras para operação. Segundo o documento, os resultados indicaram pequenas variações no terreno, consideradas normais mesmo após o aumento no volume de resíduos. O estudo garante que não há riscos de explosão ou desmoronamento.
“Com base nas atividades de monitoramento e nas análises geotécnicas detalhadas neste documento, conclui-se que o Aterro Sanitário de Goiânia, nesta etapa de monitoramento, apresenta condições de estabilidade geotécnica satisfatórias. O comportamento deformacional, avaliado pelo monitoramento dos cinquenta marcos superficiais, é coerente com o esperado para a estrutura”, afirmou o documento.
O estudo foi elaborado pelo engenheiro José Augusto Martins Filho, a pedido da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Foram instalados 50 marcos de medição distribuídos em diferentes áreas do aterro. As análises compararam dois levantamentos topográficos em setembro e outubro, um inicial, de referência, e outro feito cerca de 30 dias depois, utilizando GPS de alta precisão e drones para mapear o terreno em 3D. Nesse intervalo, o aterro recebeu aproximadamente 348 mil metros cúbicos de novos resíduos.
Os resultados mostraram pequenas variações no terreno, consideradas normais pelo engenheiro responsável. O maior afundamento registrado foi de 8,6 centímetros, e o maior deslocamento lateral, de 16,8 centímetros. Segundo Martins Filho, esses movimentos refletem apenas a acomodação natural do solo após o acréscimo de material, sem indicar riscos estruturais.
A análise de estabilidade das encostas (os chamados taludes) também apresentou índices positivos. Todos os pontos avaliados tiveram fatores de segurança acima do mínimo exigido pela norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o que confirma que o aterro se mantém em condição estável.

Estrutura está “satisfatoriamente estável”
O ponto principal do estudo é o cálculo do Fator de Segurança (FS), que é um índice usado pela engenharia para medir o quanto uma estrutura, como um talude, é resistente a deslizamentos.
• Padrão de Segurança: A norma técnica brasileira (ABNT NBR 11682) exige que aterros deste tipo (classificados com “Nível de Segurança Alto”) apresentem um FS mínimo de 1,5.
• Resultados: O aterro de Goiânia superou esse mínimo em todas as áreas críticas analisadas. Os Fatores de Segurança encontrados variaram entre 1,8 e 2,5. O melhor resultado, de 2,5, foi encontrado na Seção C, considerada a mais estável.
• Significado: Como os valores obtidos (2,1; 1,9; 2,5; 1,8) são confortavelmente superiores ao 1,5 exigido, isso garante que a estrutura oferece uma margem de segurança robusta contra falhas.
Recomendações
O relatório técnico recomenda que a Comurg mantenha o monitoramento bimestral do Aterro Sanitário, garantindo a continuidade das medições e a detecção precoce de qualquer alteração estrutural. A prática é considerada essencial para a segurança da operação e deve incluir tanto inspeções visuais quanto análises geotécnicas detalhadas.
Outra orientação é o respeito rigoroso às inclinações previstas em projeto, evitando a formação de taludes muito íngremes nas áreas de disposição dos resíduos. As Seções A e D foram apontadas como pontos que exigem atenção redobrada, por apresentarem estabilidade relativa menor. A manutenção adequada dessas inclinações é fundamental para prevenir deslizamentos e preservar o equilíbrio do maciço de resíduos.
O relatório também enfatiza a importância de manter o sistema de drenagem superficial em pleno funcionamento, garantindo o rápido escoamento da água da chuva e impedindo infiltrações no aterro. Além disso, recomenda a proteção dos marcos de medição, que servem como referência técnica para as futuras campanhas de monitoramento e asseguram a precisão dos dados coletados.
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