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Boa parte do serviço que é executado pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) em Goiânia será terceirizado pela Prefeitura de Goiânia. O Paço divulgou na manhã desta terça-feita, 7, o edital para contratação de uma empresa que prestará o serviço de limpeza. Entretanto, a alegação de que a medida visa economia só se sustenta se houver demissões na Comurg. 

A Terceirização de serviço de limpeza vai custar R$ 25 milhões por mês para Prefeitura de Goiânia. Um valor que se soma aos R$ 40 milhões que a administração municipal destina para custear a folha dos mais de 7 mil servidores da Comurg. A tendência é que o Paço não consiga absorver todo custo e a situação resulte na demissão dos servidores da Companhia.

Funcionários da administração da Comurg que conversam com o Jornal Opção sob a  condição de não ter o nome revelado, dizem que na Companhia já um clima de tensão por medo das possíveis demissões. “Não tem porque a Comurg manter milhares de servidores se o principal serviço que eles prestam vai para outra empresa. A notícia pegou a todos de surpresa. Há uma apreensão”, disse um servidor do setor administrativo da companhia. 

Vale lembrar que no finalzinho do ano passado, o prefeito Rogério Cruz tentou passar na Casa uma suplementação de R$ 30 milhões à Comurg. A iniciativa gerou desconfiança que barrou a proposta e pediu explicações sobre a destinação e aplicação dos valores. O Paço, diante disso, retirou a matéria de pauta.

Procurada, a assessoria de imprensa da Comurg, informou que de fato a terceirização vai reduzir o volume de serviço da companhia, entretanto não vai gerar prejuízos.

Custos de um novo contrato

O edital lançado pelo Paço prevê dois lotes. Os contratos terão validade de dois anos e  custarão ao Tesouro Municipal cerca de R$ 25,5 milhões por mês, ou R$ 616 milhões por dois anos. A parte da varrição mecanizada é a mais cara, de R$ 21,7 milhões mensais, o que representa R$ 520,8 milhões durante a vigência do contrato. Já a gestão do aterro sanitário deve ficar em torno de R$ 4 milhões por mês, ou de R$ 97,4 milhões nos dois anos.

CEI na Câmara

A situação da Comurg se tornou um foco de desgastes para administração de Rogério Cruz (Republicano). Um dos problemas enfrentados no momento é a Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Comurg. Os vereadores querem investigar os custos e atos administrativos da companhia. Entre as denúncias que chegaram para os vereadores está o atrasado no recolhimento de INSS, FGTS e a previdência dos servidores, além do atraso no pagamento de empréstimos consignados. As denúncias revelam que a gestão financeira da companhia não é satisfatória.