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Estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG) votam para decidir deve suceder a atual chefia de Angelita Pereira de Lima, que está no cargo como reitora desde 2022. Os resultados devem sair ainda nesta quarta-feira, 25, com a nomeação feita pelo Ministério da Educação ainda neste ano de 2025. Os candidatos escolhidos devem encabeçar os próximos três anos de gestão universitária começando em 2026 até o ano de 2029.

Antes mesmo dos resultados finais, as eleições da UFG renderam ataques inflamatórios direcionados a Chapa 1, de Sandramara Matias e Camila Caixeta. Em um e-mail inflamatório enviado ao corpo estudantil, a conta UFG de Verdade faz declarações contra a direção de Camila na Diretoria de Atenção Estudantil (DAE) e Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) sob nomeação de Sandramara na então vice-reitoria da universidade em 2018. 

Na nota, o remetente acusa a coordenadora de sucatear programas de assistência e dificultar o acesso às bolsas estudantis, bem como reprimir contra críticas e queixas de estudantis com ameaça de corte das bolsas. Além disso, acusa o bloco de tomar atitudes racistas como a mobilização de Policiais Militares nas Casas de Estudantes Universitários (CEU) e repressão dos alunos que questionavam a direção. Por fim, suplicam para acabar com a manutenção da “classe política” instaurada na universidade pelo voto na Chapa 2 do curso. 

Os ataques também renderam notas de apoio do ex-reitor da UFG e atual vereador por Goiânia, professor Edward Madureira (PT). Nas redes sociais, Madureira veio a público para repudiar os ataques desferidos contra a Chapa 1 pelo uso de “fake news” sobre informações de quando era diretor da faculdade. “As ligas acadêmicas, as atléticas, os Centros Acadêmicos e a Assistência Estudantil receberam atenção especial por parte do nosso mandato e nenhuma queixa aconteceu naquele período.” 

“Não se trata apenas de atacar uma candidatura, mas de tentar enfraquecer o espaço democrático da universidade pública, utilizando a desinformação como arma. Reafirmo meu repúdio aos ataques caluniosos e anônimos contra a Chapa 1 – UFG Atenta e Forte. As professoras Sandramara Matias e Camila Caixeta são alvos de uma campanha que fere não apenas sua honra, mas também a ética e a história a respeito da nossa instituição”, afirma a publicação.  

Em resposta, uma liga de apoiadores da Chapa 2 afirmou que repudia o disparo feito e lamenta a desinformação. “A gente repudia qualquer disparo anônimo ou história sem prova. Esta não é a nossa prática! … Lamentamos a desinformação e defendemos a apuração rigorosa dos fatos, para que a verdade prevaleça!”

Eleição UFG

A nova eleição é formada por duas chapas, a chapa 1 composta por Sandramara Matias e Camila Caixeta, e a Chapa 2 composta por Karla Emmanuela e Eliomar Araújo. Os quatro candidatos são professores da universidade de diferentes escolas universitárias e disputam a chefia e a vice da UFG. 

Os votos são feitos eletronicamente através do sistema SIGEleição das 8h do dia 24 até às 21h do dia 25 de junho. Todo o processo é conduzido pela Comissão Organizadora da Consulta à Comunidade Universitária (COC/UFG) e durante este período os quatro candidatos têm a comunicação externa restrita até a apuração das urnas.

Em entrevista ao Jornal Opção, a diretora do curso de enfermagem afirma que deve buscar medidas legais contra as pessoas que invadiram os sistemas da UFG e fizeram o disparo anônimo, segundo Camila, esta carta fere os preceitos democráticos da universidade em um momento decisivo que limita a comunicação e a isonomia da resposta. 

Por fim, afirma que essa não é a primeira vez que a chapa é atacada no processo de consulta com a divulgação de nomes, tentativa de invasão das contas universitárias e até vazamento de dados bancários dos apoiadores do bloco. “[Esse disparo] foi um ataque a mim, a UFG, a gestão Professor Edward e Sandramara e um ataque ao nosso espaço democrático e de debate de qualidade.”