O senador eleito por Goiás, Wilder Morais (PL), descumpriu 33 regras eleitorais durante as eleições deste ano, como a entrega de relatórios financeiros de campanha no prazo estabelecido pela legislação eleitoral. O prazo para manifestar os gastos do segundo turno, por exemplo, se encerrou no dia 19/11/2022.

Além disso, o político também deixou de apresentar os documentos fiscais que comprovem a regularidade dos gastos eleitorais realizados com recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). Por conta disso, ele deverá restituir o Tesouro Nacional em R$ 321.868,01.

Omissão

Um relatório do Tribunal Regional Eleitoral  de Goiás (TRE), mostrou que o senador omitiu 27 despesas, como uma compra em um comércio no valor de R$ 35, no dia 04/09, e até um pagamento de R$ 252.011,50 para a empresa Facebook Serviços Online Do Brasil Ltda, realizada no dia 02/10. Ao todo, as despesas não informadas chegam a R$ 298.428,04, sendo realizadas entre os dias entre os dias 04/09 e 15/09.

Contradições

Já nos documentos que foram apresentados por Wilder há registros de contradições. Isso porque o TRE identificou doações de outros candidatos ou partidos políticos com informações divergentes do que foi apresentado pelo senador. 

O documento, ao qual o Jornal Opção teve acesso, mostra que apenas o Major Vitor Hugo (PL), que concorreu ao governo estadual este ano, realizou ao menos 37 doações. Os valores giram entre R$ 450 e R$ 27.500, totalizando R$ 240.996. 

Outra divergência encontrada é referente às despesas com as fornecedoras Google Internet Ltda e Social 94 Comunicação e Gerenciamento de Marcas Ltda. Na nota explicativa, Wilder informa que pagou R$ 540 mil ao Google. No entanto, o TRE observou que a despesa foi menor, no valor de R$ 539.697,44, sendo que a empresa se comprometeu a reembolsar, aproximadamente, R$ 1.441,02.

Já a fornecedora Social 94, consta que o senador pagou R$ 12 mil pelos serviços da empresa em duas transações de R$ 6 mil. Porém, na prestação de contas, nota-se que houve 03 pagamentos. Por conta disso, a unidade técnica se manifestou pelo recolhimento ao Tesouro Nacional no valor de R$ 7.441,02, referente às despesas realizadas com a empresa.

Subfaturamento 

O senador também alugou um imóvel no valor de R$ 60 mensalmente. O TRE, no entanto, disse que o prestador de contas é administrador da pessoa jurídica proprietária da área que é locada por R$ 17 mil. Ou seja, o aluguel pago pelo parlamentar foi 252,9% (R$ 43 mil) maior. O valor pago a mais, inclusive, também, deverá ser reembolsado ao Tesouro Nacional.

O TRE também identificou um subfaturamento de R$ 80 mil por parte do senador em relação a locação de materiais para eventos com empresas privadas. O órgão afirmou que o pagamento superior ao valor comercializado é uma ‘irregularidade grave, que compromete a regularidade, confiabilidade e consistência das contas apresentadas’.