Ex-ministro da Educação no governo de Jair Bolsonaro (PL), e a esposa, Daniela Baumohl Weintraub, tiveram os salários suspensos por faltas ao trabalho. Além disso, os dois são investigados pela Universidade Federal de São Paulo (Unipesp) após denúncias de que receberam salários sem terem trabalhado nos últimos meses.

Weintraub é professor do curso de ciências contábeis no campus de Osasco. Porém, encontra-se nos Estados Unidos e não teria ministrado aulas na universidade durante o último semestre. Apesar disso, ele recebeu salários nos meses de dezembro de 2022, janeiro, fevereiro e março deste ano.

Daniela Weintraub é professora do Departamento de Ciências Atuariais e deveria ter retornado ao trabalho no fim de novembro, quando expirou o prazo de uma licença para tratamento de saúde em família. Entretanto, ela não compareceu à universidade desde então, mas recebeu salários nos meses de janeiro e fevereiro. A docente enfrenta um processo administrativo por abandono de cargo.

A defesa de Weintraub alegou que em dezembro de 2022 solicitou uma licença para o servidor tratar de “assuntos particulares”. De acordo com ele, o pedido foi negado pela reitoria da universidade como suposta retaliação ao ex-ministro da Educação. A Unifesp rebateu que a solicitação foi indeferida porque esse tipo de licença estava suspenso na instituição. Por outro lado, a universidade registrou uma denúncia interna contra o servidor em 13 de abril deste ano e está conduzindo investigações para apurar as ausências ao trabalho.

Gestão no MEC

A gestão de Weintraub no Ministério da Educação (MEC) foi marcada por cortes de orçamento e ataques às universidades federais. Quando ministro acusou essas instituições de promoverem “balbúrdia” e as acusou, sem apresentar provas, de manterem plantações de maconha.

Ele ocupou o cargo de ministro por 14 meses e foi demitido por Jair Bolsonaro em junho de 2020 depois de causar grande desgaste ao governo ao ofender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Naquela ocasião, Weintraub declarou: “Eu por mim colocava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”.

Leia também:
Com déficit de R$ 14 milhões, UFG espera ajuda do novo governo para seguir operando em 2023
Governo publica decreto que revoga escolas cívico-militares