Escolas do Futuro de Goiás fortalecem saúde mental e criatividade dos alunos
15 setembro 2025 às 17h52

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As Escolas do Futuro de Goiás (EFGs) estão investindo em inovação educacional também no cuidado emocional dos estudantes. O Projeto Levemente, criado para fortalecer a saúde mental e estimular a criatividade da comunidade escolar, completou dois anos de atuação em setembro e já transformou o cotidiano de alunos e educadores.
Desde 2024, o programa contabiliza mais de 1,8 mil atendimentos psicológicos individuais nas seis unidades das EFGs, sendo 970 em 2024 e outros 909 apenas no primeiro semestre de 2025. Além disso, já foram realizadas 237 horas de atividades coletivas, como palestras, oficinas criativas, cine-debates, rodas de conversa e grupos de reflexão.
O Projeto Levemente é resultado da parceria entre o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e o Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás (CETT/UFG), com apoio da professora Doris Sommer, da Universidade de Harvard (EUA).
A equipe multidisciplinar conta com 12 profissionais, incluindo nove psicólogos, um psicopedagogo e dois estagiários de psicologia. Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, José Frederico Lyra Netto, a iniciativa alia inovação educacional e cuidado socioemocional.
“Nas Escolas do Futuro, nosso objetivo é promover o desenvolvimento emocional dos alunos e prevenir comportamentos extremos. O Levemente é inovador porque une criatividade, habilidades socioemocionais e o ambiente acadêmico.”
Eixos de atuação do Projeto Levemente
A coordenadora Marilúcia Lago explica que o programa atua em três frentes principais:
- Formação de educadores: capacitação para criação de ambientes de proteção;
- Atenção à comunidade estudantil: ações permanentes de prevenção e promoção da saúde mental;
- Integração com famílias: atividades educativas que fortalecem vínculos com a escola.
Entre as ações oferecidas estão: oficinas de Comunicação Não Violenta, grupos psicoeducativos, psicoterapia breve (até 12 sessões), oficinas criativas, Cine Pipoca/Debate e Clube de Leitura. Quando necessário, os estudantes são encaminhados à rede de saúde mental.
A maioria das demandas recebidas envolve questões comuns da adolescência, como autoestima, sexualidade, escolhas profissionais e relações familiares. No entanto, também surgem casos mais delicados, como ansiedade, automutilação e ideação suicida.
Um dado relevante é que 90% dos atendimentos são buscados espontaneamente pelos alunos, mostrando a confiança da comunidade escolar no projeto.
A estudante Ana Cristina resume o impacto positivo do programa. “A gente fica leve de verdade. O Levemente trouxe mais vida para a escola e mudou a forma como lidamos com nossos sentimentos.”
Já Isadora Araújo destaca a importância do Cine Pipoca/Debate. “Os filmes ajudam a entender os sentimentos e a refletir sobre a sociedade. É um aprendizado que vai além da sala de aula.”
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