26% das crianças em Goiânia de 0 a 3 anos tem dificuldade de acesso às creches

11 agosto 2025 às 08h54

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Um estudo da fundação Todos Pela Educação, divulgado nesta segunda-feira, 11, revelou que 2,3 milhões de crianças brasileiras, de 0 a 3 anos, estavam fora das creches em 2024. O número corresponde a 19,7% do total dos pequenos desta idade no Brasil, localmente, Goiânia possuia apenas 29,6% desta faixa nos centros de Educação Infantil, percentual abaixo da média nacional de 41,2%, enquanto 26,9% das crianças tem dificuldade de acesso às creches.
A pesquisa foi feita em base de um recorte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com um comparativo entre as metas do Plano Nacional da Educação (PNE), ante os indicadores encontrados nacionalmente e nos estados brasileiros.
Diferenças econômicas
Outro destaque do levantamento de 2024 mostra que 26,9% das crianças goianienses tem dificuldade de acesso à Educação Infantil por barreiras econômicas, o índice maior foi encontrado principalmente nas famílias de baixa renda que dependem dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e as suas longas filas de espera. Enquanto isso, o nível estadual foi de 23,5%
Enquanto isso, o motivo das famílias mais ricas pela não frequentação nestes locais foi por opção dos responsáveis. Em números aboslutos de matrículas em 2024, houve um aumento na ordem de 17,8% com mais de 23 mil registros feitas neste ano em Goiânia.
Nesta época, Goiânia registrou um número de recorde no tamanho da fila de espera pela falta de CMEIs disponíveis para a população, tendo mais de 10 mil famílias nesta lista. Atualmente, a lista contabiliza um número com cerca de 2 mil pequenos pelas parcerias público privadas (PPP) que foram firmadas entre a Prefeitura e creches para o atendimento de crianças da fila com financiamento público.

O mesmo foi encontrado nacionalmente, enquanto a diferença econômica entre família de baixa renda obtiveram uma diferença maior na razão de crianças não atendidas e lotadas nas creches, correspondendo entre 28,3% e 30,6%, respectivamente. Por outro lado, a diferença nas famílias dos 20% mais ricos tiverem os menores índices de não atendimento, de 6,1% e 60%, respectivamente.
Essa diferença de acesso entre as classes sociais corresponde a 29,4 pontos percentuais (p.p.), enquanto a meta da taxa de atendimento nacional dessa população era 50%, segundo o PNE, contudo, o que foi encontrado foi um percentual de 41,2%. A região mais crítica encontrada foi no Norte do País, sendo Amapá a Capital com menor taxa de acesso, com apenas 9,7% e São Paulo com a maior taxa de atendimento, correspondendo a 56,8%.
“Além de não alcançar a meta, o Brasil teve aumento da desigualdade entre ricos e pobres no acesso à Creche. Em 2016, a diferença de acesso entre os 20% mais ricos e mais pobres era de 22 p.p. Em 2024, aumentou para 29,4 p.p.”
Pré-escola abaixo da média nacional
A pesquisa também trouxe dados referentes as crianças na pré-escola, correspondendo aos menores com idades de 4 a 5 anos. Segundo o levantamento, a taxa de ausência, no País, é inferior à registrada das crianças nas creches, sendo um percentual de atendimento de 94,6% pela obrigatoriedade da Educação Básica, contudo, 329 mil crianças continuam sem acesso às pré-escolas.
Em Goiás, essa taxa de atendimento é de apenas 92,7%, um percentual abaixo do nível nacional. Na Capital, esta taxa chega a 84,7%, uma das piores por capitais, sendo a 22ª Capital com o índice.
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