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EUA Mercado Produtos Tarifaço

Há um mês, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, assinou a ordem de cobrar uma sobretaxa de 50% para produtos brasileiros importados pelo país norte-americano. Desde então, a venda para os EUA diminuiu 18,5% somente em agosto, segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), comparado com o mesmo período do ano de 2024.  

O efeito da diminuição da compra levou a uma queda no preço de itens como frango  (5,7%; R$ 17,33/kg), café (4,6%; R$ 76,40/kg), carne suína, (1,3%; R$ 23,05/kg) e bovina (0,8%; R$ 34,58/kg).

Para contornar o problema, lideranças do executivo brasileiro integraram esforços para abrir o comércio a novos países e expandir a troca com países parceiros. Exemplos como a expansão do comércio com a China e o México — último que superou os EUA na compra de carne brasileira. Enquanto isso, a abertura para o Vietnã e o Japão, advindas de comitivas do presidente Luiz Inácio Lula (PT) para os países orientais, evidenciam esforços para escoar os produtos e diminuir os impactos do tarifaço. 

Mesmo assim, economistas acreditam que só a abertura de novos mercados pode não ser o suficiente para substituir o poder de compra dos EUA, como explica Robson Gonçalves, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em entrevista à CNN. Segundo o especialista, a abertura para novos mercados envolve uma negociação lenta que não traz frutos a curto prazo. 

Por causa disso, afirma que o mercado deve se voltar para a produção interna a fim de suprir os efeitos do tarifaço. “Por enquanto, a solução é voltar a produção ao mercado interno. E, por conta da desaceleração da economia, a única forma de fazê-lo é pela queda de preços.”

Um exemplo disso ocorreu com o café, que perdeu a competitividade pelo aumento do preço internacional adivinho da sobretaxa norte-americana. A queda da oferta do produto levou a uma diminuição no preço interno do grau.

Segundo Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cacafé), também à CNN, no cenário internacional ocorreu o contrário devido o efeito cascata das tarifas dos EUA com o aumento do preço do produto para outros exportadores, como Nicarágua, Venezuela e Vietnã.

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