Mais da metade dos habitantes do Centro-Oeste volta a se endividar, aponta Serasa
08 novembro 2025 às 08h00

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Uma pesquisa realizada pela Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box, revelou os principais fatores que impulsionam a inadimplência na região Centro-Oeste.
Segundo o levantamento, 52% dos consumidores inadimplentes já enfrentaram dívidas anteriormente, demonstrando um alto índice de reincidência. Além disso, 6% dos endividados relataram dificuldade para quitar contas essenciais, como luz, água e gás.
O estudo também apontou que, na região, quase metade dos consumidores (45%) possui débitos com mais de um ano de atraso. Mesmo com a leve queda no desemprego em 2025, o endividamento continua sendo um problema persistente para os consumidores do Centro-Oeste.
De acordo com a porta-voz da Serasa, Karla Danniele, o fenômeno desses consumidores voltarem a se endividar, após quitar as dívidas anteriores, está diretamente ligado tanto a fatores econômicos quanto comportamentais.
“A gente pode associar essa questão da inadimplência e do retorno a dever novamente a dois fatores: o econômico e o comportamental. O desemprego continua sendo o principal motivo de inadimplência, mesmo tendo diminuído em relação ao levantamento de 2024”, explica Karla, ao Jornal Opção.
Além da falta de emprego, a porta-voz destaca o impacto da inflação, do custo de vida alto e das taxas de juros elevadas. “Essas questões econômicas pesam muito, mas também vale destacar o comportamento do consumidor. Apesar de uma busca crescente por educação financeira, a maioria ainda não tem maturidade para lidar com as dívidas”, observa.
Para tentar reverter esse cenário, a Serasa promove ao longo de novembro o tradicional Feirão Limpa Nome, que oferece descontos de até 99% nas dívidas. “O feirão começou no dia 3 e vai até 30 de novembro. Temos parcelas a partir de R$ 9,90, o que ajuda o consumidor a não gastar mais do que ganha”, afirma Karla.
“É uma forma de dar oportunidade e também de reforçar a importância da educação financeira.” Outro dado que preocupa é o tempo médio de atraso: 45% das dívidas na região já acumulam mais de um ano.
“Isso está muito relacionado ao alto custo de vida e à desorganização financeira. O ideal é que a pessoa entenda quanto ganha, quanto pode gastar por mês e busque equilibrar o orçamento familiar”, recomenda a porta-voz.
Contas básicas e faixa etária
O levantamento também revela que 6% dos endividados não conseguem pagar contas básicas, como água e luz. A faixa etária mais afetada é a de 39 a 50 anos, seguida pelos grupos entre 25 e 38 anos e acima de 50 anos.
O comportamento de consumo tem destaque para o uso excessivo do cartão de crédito. “As pessoas acabam se endividando muito com o cartão, principalmente nas compras do dia a dia, como supermercado. Ele pode ser um aliado, mas quando usado de forma inconsciente, vira uma bola de neve”, alerta Karla.
Além disso, as contas básicas, como energia, água e gás, também pesam no bolso. “Esses gastos chegam a cerca de R$ 750 por mês, segundo o levantamento que fizemos com os consumidores. Isso impacta diretamente na renda e contribui para o endividamento”, conclui.
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