A dívida bruta do governo geral (DBGG) do Brasil voltou a atingir 79% do Produto Interno Bruto (PIB) em novembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Banco Central (BC), marcando o retorno ao patamar observado pela última vez em novembro de 2021.

Em termos nominais, o endividamento somou R$ 10 trilhões — o maior valor absoluto desde o início da série histórica.  No auge da crise provocada pela pandemia de Covid-19, em outubro de 2020, a dívida havia alcançado 87,6% do PIB.

A DBGG consolida as obrigações do governo federal, do INSS e dos governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e estatais.

A dívida líquida do setor público — que desconta ativos como reservas internacionais — também apresentou alta. Em novembro, chegou a 8,2 trilhões de reais, equivalendo a cerca de 65,2% do PIB. No mês anterior, a proporção era 64,8%.

No acumulado dos últimos 12 meses, o setor público consolidado registrou déficit primário de 5,5 bilhões de reais, ou 0,36% do PIB — um agravamento em relação a outubro, quando o déficit correspondia a 0,30%.


Somente em novembro, o déficit primário totalizou 14,4 bilhões de reais, mais do que o dobro do observado em igual mês do ano anterior (6,6 bilhões).


A maior parte desse resultado negativo veio do governo central (déficit de 16,9 bilhões de reais), seguido pelas estatais (déficit de 2,9 bilhões). Já os governos estaduais e municipais registraram superávit de 5,3 bilhões.

Especialistas que acompanham o relatório avaliam que a retomada da trajetória de altos níveis de endividamento — em concomitância com déficits primários persistentes — acende alertas sobre as perspectivas fiscais do país e o espaço de manobra para políticas públicas.

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