Uma pessoa é considerada parte da classe média no Brasil quando vive em um domicílio com renda mensal per capita de até R$ 880, segundo o economista Daniel Duque, do FGV Ibre. Esse valor corresponde à base da chamada Classe C, que concentra grande parcela da população e serve de referência para políticas públicas e análises econômicas.

Renda per capita é um indicador econômico que mostra quanto, em média, cada pessoa de uma população teria de renda, considerando a soma total de todos os rendimentos dividida pelo número de habitantes.

Por exemplo:

  • Se uma família de quatro pessoas tem renda total de R$ 6.000, a renda per capita será R$ 1.500 (6.000 ÷ 4).
  • Esse cálculo pode ser feito para famílias, cidades, estados ou países inteiros.

Ele é usado em estatísticas oficiais (como IBGE e ONU) para comparar níveis de riqueza, pobreza ou desigualdade entre diferentes regiões ou períodos, mas não representa exatamente o que cada pessoa ganha, já que é uma média e não leva em conta a distribuição desigual da renda.

De acordo com o especialista, quem possui renda mensal acima de R$ 1.761 por pessoa já integra o terço mais rico do país, o que indica pertencimento à elite econômica brasileira. Na prática, uma família de quatro integrantes precisaria somar R$ 7.050 por mês para ser considerada “rica” dentro desse critério.

A consultoria Tendências adota outro método de classificação, levando em conta a renda total familiar. Pela métrica, famílias com rendimento de até R$ 3.500 por mês são enquadradas nas classes D e E — patamar que abriga quase metade da população.

Dados do IBGE também ajudam a dimensionar a desigualdade. Em 2023, o 1% mais rico do Brasil registrou renda domiciliar per capita média de R$ 20.664, valor superior ao de 2022, mas ainda abaixo de parâmetros internacionais para a chamada “super-alta renda”.

Os diferentes números revelam que não há consenso na definição de classe social. Dependendo da metodologia adotada, seja por renda per capita ou total familiar, a linha que separa a classe média da elite econômica pode variar significativamente.

Especialistas apontam que, além dos cálculos, fatores regionais e custo de vida local influenciam na percepção do que significa ser classe média ou rico no país, tornando a categorização ainda mais complexa.

Leia também:

Município goiano lidera em ranking de renda no Brasil

Saiba qual é o erro da Fundação Getúlio Vargas sobre a renda média de cidade de Goiás

Entenda por que Catalão se tornou a 5ª cidade mais rica de Goiás e uma das mais ricas do Brasil