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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende aprovar mais de R$52 bilhões para projetos de infraestrutura e transição energética ainda neste ano. A projeção é da diretora do banco, Luciana Costa, que disse que o BNDES tem recursos disponíveis para alavancar os projetos. Uma das maiores consumidoras de SAF no mundo, a Boeing elevou a aposta no Brasil como polo estratégico de inovação, inaugurando nesta semana o Centro de Engenharia e Tecnologia, primeiro no país.

Além disso, a Boeing reconheceu o Brasil como potencial protagonista no mercado global de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF). A companhia quer acelerar a produção local do insumo, essencial para a descarbonização pretendida pela aviação até 2050. A fabricante de aviões também renovou a parceria de financiamento de pesquisas, em torno de matérias-primas para SAF, com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“A ideia é que a Fazenda assuma o risco cambial e repasse esses recursos apenas com custo de emissão. E a gente vai usar esse dinheiro para financiar projetos relacionados a transição energética e infraestrutura social”, explicou Luciana Costa. Países como os Estados Unidos e a Europa, por exemplo, adotaram incentivos e subsídios agressivos para financiar a transição

A expectativa é que a emissão de “títulos verdes”, lançados mês passado pelo Tesouro Nacional, impulsione o financiamento de projetos sustentáveis. A intenção do governo é apostar US$2 bilhões — cerca de R$ 10 bilhões — no Fundo Clima com a primeira emissão de título de dívida soberana sustentável do governo brasileiro. O Fundo Clima financia empreendimentos para mitigar mudanças climáticas e é gerido pelo BNDES. A expectativa é que os novos papéis do Tesouro tenham taxas menores e que o banco possa combiná-las com a Taxa de Longo Prazo (TLP), para baratear o crédito e estimular os projetos.

No cenário internacional, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), cartel que representa as maiores nações produtores de petróleo do mundo, terá um estande na COP28, segundo anúncio feito ontem pelo secretário-geral da organização, Haitham Al Ghais. Será a primeira vez que a organização terá um espaço próprio na Zona Azul, área reservada para países, entidades setoriais e organizações da sociedade civil na Conferência do Clima.

Em todo o mundo, a a siderurgia é o setor industrial que ocupa o primeiro lugar na lista dos maiores emissores de CO2, o que representa cerca de 9% do total de todas as atividades. A Gerdau, maior produtora de aços no Brasil, tem trabalhado para diminuir esse impacto e outras empresas acompanham a preocupação ambiental. Materiais como o aço podem ser produzidos pela reciclagem de ferro, a partir da sucata. Em todo o mundo, 70% da produção do aço é feita com minério e 30% com sucata, mas as empresas tem buscado inverter a ordem de produção, até porque a duração do aço produzido a partir da sutada é maior do que o material produzido pelo minério.

Em setembro, ao discursar na Cúpula da Ambição Climática da ONU, em Nova York, o presidente da COP 28, Sultan Al Jaber, pediu às nações que acelerem a transição para uma economia de baixo carbono.

Índices ESG e suas performances em todo o mundo. | Foto: Divulgação

Índices de desenvolvimento sustentável

Índices ESG e suas performances. | Foto: Divulgação

O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial. Já o Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação.

O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono. O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.

A série de índices foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança. Por fim, o Índice MSCI ACWI representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.