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A Ambipar conquistou da Justiça do Rio de Janeiro uma medida cautelar que impede a cobrança antecipada de dívida em meio a uma disputa com o Deutsche Bank. O banco havia exigido garantias adicionais para empréstimos previamente acordados com a companhia, gerando risco de inadimplência imediata, segundo despacho da 3ª Vara Empresarial do RJ obtido pela Reuters.

O valor da dívida questionada chega a US$550 milhões, incluindo contratos de swap. A Ambipar afirmou ao tribunal que mantém “adequada saúde financeira e de caixa”, estando em dia com funcionários, fornecedores, tributos e instituições financeiras. A empresa alertou, no entanto, que a cobrança antecipada poderia resultar em um “rombo financeiro de mais de R$10 bilhões”. A medida cautelar foi concedida por 30 dias, prorrogáveis por igual período.

O grupo, que cresceu por meio de aquisições agressivas e emprega cerca de 23 mil pessoas, enfrenta ainda riscos devido a cláusulas de vencimento cruzado (cross-default) em seus contratos financeiros. Segundo a empresa, isso poderia desencadear um processo de insolvência imediata caso outras instituições financeiras exigissem pagamento.

A Ambipar destacou que a medida judicial visa “propiciar a continuidade das atividades empresariais e proteger os ativos do grupo, enquanto busca junto aos credores alternativas viáveis para o equacionamento de seus compromissos financeiros”. A disputa inclui ainda cobranças de outros bancos, como o Santander, que notificou a empresa sobre possíveis vencimentos antecipados.

As ações da Ambipar refletem o clima de incerteza, com queda acumulada de quase 24% em 2025, e um recuo de 29,79% nos últimos dois pregões, em meio a mudanças na diretoria financeira e aprovação de emissão de debêntures de até R$3 bilhões.