Dia Internacional do Orgulho da Comunidade LGBTQIA+: o desafio da inclusão social

29 junho 2023 às 00h04

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Em 28 de junho é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Segundo o psicólogo Felipe Brito, do Hapvida NotreDame Intermédica, falar sobre diversidade sexual, entender e divulgar o tema é muito importante para as mudanças necessárias para a inclusão. Por isso, durante todo o mês, são promovidos diversos eventos que discutem o tema com o intuito de trazer à população mais informações sobre orientação sexual e questões de gênero, em que o foco principal é o respeito com a diversidade de cada indivíduo.
“Essas ações são importantes para a comunidade LGBTQIAPN+ que, em muitos momentos, não são compreendidos como indivíduos. É necessário que seja sempre conversado sobre o assunto nas escolas e também com os pais, para que se consiga abraçar cada um com suas diferenças. É saudável para todos os envolvidos”, afirma o psicólogo.
Para a terapeuta Regina de Oliveira, o fato de uma de suas filhas se assumir lésbica, ou seja, com atração por pessoas do mesmo sexo, não foi totalmente uma surpresa. “Como pessoa, eu não vejo nenhuma diferença que isso pode trazer para o caráter dela, para a profissional que ela vai se tornar, porém, como mãe, eu me preocupo que ela tenha equilíbrio e jogo de cintura para enfrentar o preconceito que existe lá fora, onde há o julgamento e a incompreensão”, relata a mãe.
Regina, ainda lembra que o preconceito destrói sonhos, esperança e vidas. “Para mudar a visão das pessoas, é fundamental lembrar que a orientação sexual não tem nada a ver com o caráter, com a honestidade, nem com a capacidade do indivíduo. A melhor forma de aceitar ou compreender o outro é respeitar a orientação sexual e garantir os direitos e deveres de cada um”, completa a mãe de uma jovem que só obteve melhora de comportamento social e profissional após o apoio e acolhimento da família.
A preocupação das famílias em relação ao futuro dos filhos procede, pois, de acordo com os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil possui um dos mais altos índices de violências e mortes com base em desigualdades. A violência contra a população LGBTQIA+ apresentou significativo crescimento em 2022: 35,2% a mais de agressões, 7,2% a mais de homicídios e 88,4% a mais de estupros. Passou-se a adotar o termo “LGBTfobia”, definido como “todo e qualquer tipo de conduta decorrente de uma aversão à identidade de gênero e/ou orientação sexual de alguém”.
“Seja na idade que for, é importante a participação dos pais, da sociedade, da escola e do poder público no processo de identificação e reconhecimento da sexualidade. As iniciativas de inclusão possibilitam as pessoas a crescerem profissionalmente, conseguir um bom emprego, dando maior dignidade à vida, o que é muito importante para o bem-estar e acolhimento, gerando um cidadão produtivo na cadeia social”, afirma o psicólogo do Hapvida NotreDame Intermédica.
Felipe Brito ressalta o quanto é necessário buscar o apoio de especialistas para ajudar no fortalecimento do núcleo familiar e também do indivíduo para trabalhar questões de fundo emocional para reconhecer melhor o seu próprio eu.