Assistência Social estima quase 4 mil pessoas vivendo em situação de rua em Goiânia

16 agosto 2025 às 17h00

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A partir do segundo semestre de 2025, a Prefeitura de Goiânia deve integrar uma campanha para atender a população em situação de rua da Capital com uma série de ações em meio ao Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, que acontece nesta próxima terça-feira, 19. O foco, segundo, a titular da pasta de Políticas para as Mulheres, Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh), Erizânia de Freitas, é retornar a dignidade e atender a essa parcela da população que se encontra em vulnerabilidade social.
Em coletiva de imprensa, Erizânia afirma que possui dados levantados pelos cadastrados no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) — um sistema do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) que universaliza as informações dos centros de atendimentos com outras ferramentas governamentais, como o Cadástro Único (Cad Único). Em Goiânia, este sistema conta com 3892 usuários registrados, contudo, o número real pode ser muito maior. “Até dezembro não vai ter ninguém aqui em Goiânia em condição de rua, em condição insalubre e de forma indigna.”
Conforme os dados obtidos pelo Jornal Opção, esta parcela é divida em mais de 70% do sexo masculino, enquanto 13,4% são do sexo feminino e 0,1% são intersexo, enquanto os últimos 16,3% não tiveram gênero informado. Pela faixa etária, foi informado que 28,13% — a maioria dos cadastros — são entre 30 a 39 anos, enquanto 22,89% estão entre 40 a 49 anos. Segundo a secretária, a grande maioria das pessoas em situação de rua encontrado pela pasta correspondem a homem na faixa de 30 a 59 anos.
Contudo, afirma que existem crianças, idosos e mulheres em vulnerabilidade social que precisam do atendimento da Prefeitura. Para estas pessoas, Erizânia conta que o atendimento deve ser individualizado com base nos perfis das pessoas. “Se é idoso, eu tenho que aplicar aquilo que preconiza o Estatuto do Idoso. Se é criança eu aplico o estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas aquelas pessoas em situação de rua que tem entre 18 e 59 anos, essas pessoas serão encaminhadas para programas de políticas sociais.”
Os programas mencionados pela titular incluem a regularização cadastral de documentos pessoais, oferta de aluguel social e programas de oferta de emprego — como do Sistema Nacional do Emprego (SINE).
Para Erizânia, a grande preocupação da pasta é a exposição destas pessoas com a criminalidade e os possíveis abusos. “A nossa grande preocupação é que as pessoas em situação de rua são violadas, são exploradas sexualmente, são usadas para o tráfico e para a criminalidade. Então nós temos perfis diferenciados nas ruas, nós temos essas pessoas que precisam do poder público.”
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