O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante encontro do grupo dos sete países mais ricos do mundo, o G7, pontuou que houve fracasso das potências mundiais para enfrentar crises internacionais. Ele chegou a falar em “cegueira” dos países ricos perante as reivindicações das nações emergentes e defendeu um novo sistema internacional. Lula mencionou que “paradigmas ruíram” e pontuou a necessidade de uma “nova mentalidade” para o mundo.

“Não podemos perder de vista que os desafios à paz e à segurança que atualmente afligem o mundo vão muito além da Europa”, afirmou. Para ele, há um hiato entre os desafios para o mundo e a governança global. “A falta de reforma do Conselho de Segurança [da ONU] é o componente incontornável do problema,” cobrou.

A presença do brasileiro marcou o retorno do Brasil ao G7. De certo ponto, o discurso de Lula foi recebido com alívio pela cúpula das Nações Unidas. É que a organização também tem denunciado a crise no sistema internacional e a recusa das potências em modificar a maneira de tratar os desafios do momento.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que discursou após Lula, seguiu com os mesmos argumentos. Segundo ele, a questão financeira global está desatualizada, sendo disfuncional e injusta. O presidente brasileiro e Guterres se reuniram neste domingo, 21. No encontro, Lula ressaltou que o fracasso no processo de paz na guerra entre Rússia e Ucrânia mostra a necessidade de reforma no Conselho de Segurança da ONU.

Guerra na Ucrânia
Na ocasião, diferentemente do que falava no início deste ano, Lula voltou a condenar a invasão russa na Ucrânia. Estava na sala, como convidado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. O presidente brasileiro acentuou que tem preocupação com uma guerra de dimensão global e criticou o armamento nuclear. “As armas nucleares não são fonte de segurança, mas instrumento de extermínio em massa que nega nossa humanidade e ameaça a continuidade da vida na Terra”, enfatizou.

Lula lamentou ainda a fragilidade do papel da ONU diante do poderio do Conselho de Segurança, que, de acordo com ele, não consegue sair de um impasse sobre sua reforma e ação. Um dos motivos seria a recusa dos cinco membros permanentes do bloco, que não quiseram abrir mão do direito de veto ou de expandir o órgão a outros membros.

Cabe ressaltar que a ONU foi criada em 1945 justamente para evitar uma nova Guerra Mundial. A organização possui mecanismos multilaterais de prevenção e resolução de conflitos. No entanto, ao longo dos anos, não funcionam mais.