Cristiano Cançado apresenta a primeira individual “De Todas as Formas e Cores”
23 outubro 2025 às 16h09

COMPARTILHAR
Goiânia recebe a primeira exposição individual do artista visual Cristiano Cançado. Intitulada “De Todas as Formas e Cores”, a mostra vai até a quarta-feira, 29, e ocupa os espaços do Instituto Rizzo (Rua Cora Coralina, nº 242, Setor Sul) e traz à cena cultural uma produção marcada pela espontaneidade, pela intensidade cromática e pelo profundo vínculo com a identidade goiana. A vernissage aconteceu no dia 1º de outubro, reunindo artistas, colecionadores, críticos, imprensa e apreciadores da arte contemporânea.
Para Cançado, o título da exposição reflete o desejo de celebrar a vida em toda sua pluralidade. “Sempre acreditei que a arte é o reflexo da alma livre — e a minha alma é feita de muitas cores, sentimentos e histórias. O título traduz exatamente isso: a multiplicidade do ser humano, a beleza do diferente e o poder de transformar o simples em extraordinário”, explica o artista.
Autodidata, Cristiano começou a pintar ainda jovem, inspirado pelo convívio com artistas goianos e pelas experiências do cotidiano. “Minha formação vem do olhar. Desde criança, aprendi a observar o mundo com encanto — o campo, os animais, as pessoas simples, as cores do Cerrado. Cresci vendo minha avó transformar ingredientes em arte na cozinha, e isso me ensinou que a criação nasce do amor e da intuição”, recorda. Ao longo de sua trajetória, participou de exposições coletivas de destaque, como A Arte Sacra (2002, Catedral das Artes) e Santos e Anjos (2025, Galeria Art Show 588), além de obras exibidas na galeria Época em 2014.
No período pós-pandemia, sua obra ganhou novo fôlego: o artista mergulhou em cores vibrantes, afirmando a pintura como espaço de cura, renascimento e celebração da vida. “O pós-pandemia me fez compreender o valor do instante e da liberdade. As tintas se tornaram minha forma de agradecer por estar vivo. A vibração das cores representa essa retomada — um grito de esperança, alegria e fé no poder da arte de curar e reconectar as pessoas”, comenta Cançado.
A exposição resgata elementos da identidade goiana, da fauna e flora ao cotidiano, compondo um repertório em que emoções se transformam em imagens e lembranças se traduzem em cores. “Goiás é minha raiz e minha essência. Tudo aqui me inspira — o cheiro do pequi, o canto dos pássaros, as festas religiosas, o artesanato, as pessoas. Pinto Goiás com o olhar de quem ama o que é seu, mas com o desejo de que o mundo também veja essa beleza”, afirma o artista.
Além das pinturas, a mostra inclui objetos e peças em que materiais descartáveis ganham nova vida, refletindo a ideia de reinvenção e consciência. “Transformar o descartável é dar uma nova chance à matéria — é um gesto de amor e consciência. Esse processo me ensina diariamente sobre impermanência, beleza e reinvenção”, explica Cançado.
Com curadoria de Valéria Vilela, “De Todas as Formas e Cores” é um manifesto visual em favor da sensibilidade, da diversidade e da potência criativa de um artista que coloca a goianidade como força motriz de sua obra. Para resumir sua trajetória e linguagem artística em uma frase, Cançado não hesita: “Minha arte é liberdade. Porque pintar, para mim, é um ato de amor, fé e entrega. É onde me encontro e me reconheço. É onde o impossível ganha forma e o invisível, cor.”



