COMPARTILHAR

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu em flagrante, na tarde desta sexta-feira, 1, Gilberto Firmo Ferreira, tio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, por posse de material de pornografia infantil. A operação ocorreu no bairro Sol Nascente, após cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Durante a ação, os agentes encontraram no celular do suspeito uma série de vídeos e imagens envolvendo exploração sexual de crianças e adolescentes.

De acordo com a PCDF, Gilberto tentou dificultar a investigação ao afirmar, por meio de gestos, que seu telefone estava danificado. No entanto, os policiais localizaram um segundo aparelho, que estava carregando e continha os arquivos incriminadores.

O suspeito, que é surdo, foi interrogado com o auxílio de um intérprete de Libras fornecido pela Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF. Em depoimento, ele admitiu a posse do material, mas alegou que apenas recebia o conteúdo em um grupo de mensagens com outras sete pessoas.

A prisão ocorreu após investigações sigilosas que rastrearam a disseminação de pornografia infantil em redes digitais. As autoridades ainda não confirmaram se outras pessoas do suposto grupo serão alvo de novas operações. O caso foi registrado como posse e compartilhamento de material de abuso sexual de menores, crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei 11.829/2008, com penas que podem chegar a oito anos de prisão.

O envolvimento de um familiar próximo de Michelle Bolsonaro trouxe maior repercussão ao caso. A ex-primeira-dama, conhecida por sua atuação em projetos sociais relacionados à inclusão de pessoas com deficiência, especializou-se em Libras devido à surdez de Gilberto. Ainda não há informações sobre se a família foi comunicada oficialmente sobre a prisão ou se fará manifestações públicas sobre o ocorrido.

Gilberto Firmo Ferreira deve passar por audiência de custódia neste sábado, 2, onde um juiz decidirá pela manutenção da prisão temporária ou pela aplicação de medidas cautelares. A defesa do acusado ainda não se pronunciou sobre as acusações.

Caso condenado, ele poderá responder em regime inicialmente fechado, uma vez que a legislação brasileira considera crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes como hediondos. A PCDF informou que continuará as investigações para identificar outros possíveis integrantes da rede de compartilhamento.

Leia também Michelle Bolsonaro transfere título eleitoral para o DF e mira eleições de 2026