Mais da metade dos pontos de ônibus de Goiânia não possuem estrutura

16 dezembro 2022 às 15h08

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As fortes chuvas que vêm atingindo a capital trouxeram à tona outro problema crônico de Goiânia: o transporte público. Desta vez, porém, os vilões não são os ônibus, mas sim os pontos de espera. Segundo a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Goiânia conta com 6.847 pontos de embarque e desembarque, sendo que 3.783 não possuem estrutura.
Ou seja, 55,2% das estruturas oferecem riscos aos usuários, que ficam expostos às condições climáticas, como a chuva e o sol. O vandalismo, conforme a CMTC, é um dos responsáveis pela precariedade dos pontos de ônibus.
Transtornos
Para a cuidadora de idosos, Inês Zione da Silva, de 33 anos, a falta de estrutura nos pontos de espera é um transtorno para o usuário do transporte público. A mulher, por exemplo, precisa esperar pelo ônibus todos os dias em um ponto sem abrigo na Rua C-206, entre as Ruas C-197 e C-19, próximo ao Corpo de Bombeiros, no Jardim América.
“É muito complicado, principalmente quando está chovendo proque a gente fica exposta. Evito ao máximo andar de ônibus à noite, eu tenho medo já que só tem uma placa de identificação mostrando que é um ponto. Às vezes temos que ficar escondidos em estabelecimentos, para não se molhar ou se esconder do sol. Se chover, a gente ainda corre o risco de perder o ônibus, porque o motorista passa direto se não vê ninguém”, contou.
Espera por ônibus
Assim como Inês, a técnica em enfermagem, Darlene Santos, também sofre com a falta de estrutura dos pontos de espera. A mulher diz que mesmo com a cobertura a população não está prevenida da chuva e do sol.
“Quem inventou esses pontos de ônibus nunca pegou ônibus na vida, porque não protege a gente de nada, molhamos da mesma forma. É preciso andar com uma sombrinha para se esconder do sol e da chuva enquanto espera o ônibus. Fora que o ônibus demora horas dependendo do dia para passar no ponto”, afirma.
Pontos
Segundo o especialista em trânsito, Marcos Rothen, os pontos de parada fazem parte do mobiliário urbano, demonstrando a qualidade de uma cidade e seus benefícios para o seu morador. Além de cobertos, os pontos também devem conter lixeiras e informação para os usuários.
“Por ser um lugar onde as pessoas vão ficar um tempo paradas, é necessário que ofereça esses serviços. Uma cidade organizada e civilizada, precisa ter sempre que possível, informações como o número do ponto e orientações para que o usuário possa desfrutar do transporte com mais facilidade”, explica.
Responsabilidade
Para Marcos, a cidade precisa assumir a responsabilidade de implantação e manutenção dos pontos de ônibus, uma vez que trará mais qualidade de vida ao usuário.
“A cidade iria ficar mais bonita, organizada. Iria ficar mais agradável para todos. O usuário se sentiria mais valorizado, com mais vontade de usar o transporte público. Porém, essa falta de cobertura é um prejuízo muito grande para quem depende dos ônibus. A população fica sujeita ao sol, a chuva, sem proteção nenhuma”, concluiu.