O laudo apresentado pela Opus Incorporadora, responsável pela obra que desmoronou nesta segunda-feira, 15, no Setor Marista, em Goiânia, afirmou que as rachaduras que apareceram no Edifício Catas Altas, um dos prédios que precisaram ser evacuados, não foram provocadas pelo acidente. Segundo o documento, as fissuras na construção são “naturais”.

“Quanto às pequenas fissuras no piso do subsolo, podemos afirmar que não estão relacionadas ao evento. Fizemos o monitoramento e não apresentaram qualquer movimentação. Esclarecemos que o aparecimento de fissuras como estas são naturais em edificações vizinhas que estão em fase de execução de cortina de contenção, o que é o presente caso”, disse trecho do laudo.

O documento afirmou que os moradores do condomínio podem voltar às residências, visto que a estrutura do prédio não apresenta risco. A afirmação não convenceu os condóminos, que pretendem contratar uma empresa privada de engenharia para realizar o próprio laudo.  O caso também deve ser levado à Polícia Civil (PC).

Causas do acidente 

A Opus informou que ainda não se sabe o motivo do acidente e que houve um “grande vazamento” de água na obra. A afirmação foi rebatida pela Saneago. A empresa disse que não identificou vazamento e que sofreu prejuízos na estrutura devido ao desmoronamento.

A arquiteta e urbanista, que também é docente da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Maria Ester, explica que o desabamento pode ter sido provocados por fatores como a drenagem de lençol freático, que pode ter aberto um espaço de ar no subsolo.

“Pode ser uma adutora ou cano rompido que lavou ali embaixo sem ninguém perceber e tudo desabou. Pode ser falha na execução do muro de contenção ou pode ser que havia um problema antes. Nada acontece em cinco minutos, é uma consequência de mais de uma ação naquele local”, concluiu.

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