Daniel Alves é maior controvérsia da convocação, mas não acende alertas
07 novembro 2022 às 16h14

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O técnico Tite convocou oficialmente os 26 brasileiros que irão defender a camisa da Seleção a partir de 24 de novembro, no Catar. A decisão final da equipe não trouxe muitas surpresas, mas chamou atenção por apostas como Pedro e Daniel Alves.
O primeiro vem em ótima fase. Há muito merecia uma chance e, quando conseguiu, soube aproveitar. O atacante do Flamengo marcou seu primeiro gol pela Seleção em amistoso contra a Tunísia, em Paris, ao fim de setembro. A convocação vem para coroar o trabalho e foi recebida pelo craque com emoção: após o anúncio, Pedro comemorou a notícia pedindo a namorada em casamento.
A verdadeira relação que foi coroada na convocação, no entanto, não foi a do craque flamenguista. Com a convocação de Daniel Alves, Tite mostrou que a construção de uma boa relação é fator crucial para reconhecimento dentro do grupo. Aos 39 anos e sem jogar, o lateral conseguiu garantir vaga na Copa, mesmo levantando dúvidas.
Da lista, provavelmente é o nome mais controverso, exatamente por conta da ausência dos gramados. Daniel não joga uma partida oficial desde 23 de setembro, o que significa que, na data da estreia da Seleção na Copa, estará há mais de dois meses sem jogar. O tempo é ainda maior do que o da realização da última partida oficial do Brasil, que ocorreu alguns dias depois.
Ao que tudo indica, Tite não se importa com as razões levantadas por quem questiona a decisão. O jornalista Eric Faria, da Rede Globo, comentou a escalação dizendo que idade é “zero problema” e o mês de inatividade “não pesa para quem tanta experiência”. Concordo.
Não sei se concordo que Daniel Alves é a melhor escolha, mas uma vez que ela já está feita, talvez seja mais interessante entender como ela pode contribuir, do que listar motivos ou nomes que não mudarão em nada a situação.
Daniel já foi craque, acumula dezenas de títulos e tem experiência suficiente para não ser afetado de forma impactante num breve período parado. Além disso, e Tite provavelmente considera esse ponto, é visto como boa presença nos vestiários e na concentração (seja na posição de líder do esporte, da festa e do pagode, que sabemos ser parte essencial das boas campanhas da Seleção).
No fim das contas, o grupo tem uma referência de experiência que pode contribuir. A presença de Daniel na Seleção, de forma geral, foi mais positiva do que negativa. Se o Brasil levar o Hexa, o autoproclamado “homem mais humilde do brasil” merece ter seu nome estampado na história. Certamente, estará mais tempo no banco do que em campo, mas convenceu Tite.
Merecido ou não, aos críticos, fica a reação estampada com o rosto do próprio Daniel Alves, eternizada como meme desde a eliminação do Brasil na última Copa: um belo “Que pena”, acompanhado do sorriso do “Vovô Olímpico”.
