O alto custo do baile da Ilha Fiscal

20 dezembro 2020 às 00h00

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A festa foi uma homenagem à tripulação do navio chileno almirante Concrane e também para festejar as bodas de prata da princesa Isabel e do conde D’Eu
Quem chega ao Rio de avião pelo Aeroporto Santos Dumont tem uma boa ideia da Ilha Fiscal, que fica próxima. No tempo de Dom Pedro II, ela pertencia à casa imperial e nela se edificava um palacete. Foi lá que se realizou uma célebre festa. Foi no dia 9 de novembro de 1889, um sábado.
Por incrível que pareça, seis dias depois o império caiu, com a proclamação da República. A festa foi uma homenagem à tripulação do navio chileno almirante Concrane e também para festejar as bodas de prata da princesa Isabel e do conde D’Eu. Dom Pedro II tinha fama de austero, mas essa festa foi super suntuosa, com fantásticos gastos. Compareceram mais de 5 mil e 500 pessoas. Veja-se que nela se consumiu.
Na festa foram consumidos 3 mil pratos de sopa, 50 caixas de peixes grandes, 800 latas de lagosta, 800 quilos de camarões, 100 latas de salmão, 3 mil latas de ervilhas, 1.200 latas de aspargos, 400 diferentes saladas, 800 latas de trufas, 12 mil frituras, 3.500 peças de caça miúda, 1.500 costeletas de carneiro, 1.200 frangos, 250 galinhas, 500 perus, 64 faisões, 80 patos, 23 cabritos, 25 cabeças de porco, 18 mil frutas, 1.200 pratos doces, 20 mil sanduíches, 14 mil sorvetes, 50 mil quilos de gelo – tudo isso regado a 10 mil litros de cerveja, 80 caixas de champanhe, 20 Caixas de vinho branco, 78 de tinto, 90 vinhos de sobremesa, além de 26 de conhaque, vermutes e outros licores.