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Giacomo Leopardi, além de poeta, foi filósofo e ensaísta. “O Infinito” ganhou vários traduções no Brasil

Meu pai, Benedito Odilon Rocha, foi integrante da primeira turma de alunos do Colégio Anchieta, de Silvânia, na época Bonfim. Colégio salesiano, foi implantado por padres vindos da Itália. O diretor era o padre Giovano Papini que, mais tarde, iria dirigir o Ateneu Dom Bosco em Goiânia.

Um dos professores era o padre Anibal Rupi, que era culto. Ele influenciou meu pai a produzir poesia. Também influenciou meu pai a gostar da poesia de Giacomo Leopardi.

Giacomo Leopardi: poeta italiano | Foto: Reprodução

Aprendi com meu pai a gostar desse poeta, um dos maiores de todos os tempos em da língua italiana.

Nascido em família nobre, Leopardi foi também filósofo e ensaísta. Seu nome completo era Giacomo Tandegardo Francesco Leopardi. Nasceu em 1798 e morreu em 1837, sendo sepultado em Nápoles.

Eis um belo poema dele, “O Infinito”:

Sempre caro me foi este ermo outeiro,

e aquela sebe, que em tão grande parte

do horizonte final o olhar exclui.

Mas sentado, a mirar intermináveis

espaços além desses, sobre-humanos

silêncios e sossegos profundíssimos,

me afundo no pensar, onde por pouco

meu coração não se amedronta. E, como

ouço o vento roçar contra estas plantas,

o silêncio infinito comparando

vou a tal voz: e sobrevêm-me o eterno,

as mortas estações, mais a presente

e viva, e o seu rumor. Assim, por esta

imensidade o meu pensar se afoga:

e o naufragar me é doce neste mar.