Katharine Graham, a grande da imprensa americana

08 novembro 2020 às 00h00

COMPARTILHAR
Quando o marido se suicidou, Kay Graham assumiu o “Washington Post”, com o apoio de Ben Bradlee, fez um grande jornal
Neste crucial instante da política dos Estados Unidos, vale a pena falar de uma personagem marcante da imprensa norte-americana, que foi Katharine Graham, a “Katharine, the Great”, como a designou a escritora Deborah Davis.
Katherine, nascida em 1917 e falecida em 2001, era viúva de Philip Graham, o poderoso-chefe da empresa que editava o influente jornal “Washington Post” (hoje controlado pelo bilionário Jeff Bezos, o dono da Amazon) e à qual ainda pertencem um canal de televisão e a revista “Newsweek”.

Phil bebia muito, apaixonou-se por uma jornalista, Robin Webb, e acabou se suicidando. Kay Graham assumiu o comando da empresa. Tinha muita confiança no editor-chefe, Ben Bradlee, e o autorizou a publicar duas históricas séries de reportagens, sobre documentos do Pentágono e sobre o escândalo Watergate. As reportagens escritas por vários repórteres, entre eles Bob Woodward e Carl Bernstein, levou o presidente Richard Nixon à renúncia, em 1974.

Na autobiografia “Uma História Pessoal” (DBA, 648 páginas), Katharine Graham conta que sua tia Elise foi casada com o Luiz de Souza Dantas, que, como embaixador em Paris, contribuiu, dando vistos, para salvar a vida de centenas de judeus. Eles eram perseguidos pelo regime nazista de Hitler na Alemanha.
Kay Graham conta também do relacionamento do escritor alemão, Thomas Mann, com sua família.