“Papai Noel existe ou a insegurança o deixou sem sapato na janela?”
12 dezembro 2015 às 13h45
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Antônio Lopes
O reconhecido mestre e professor Habib Badião vaticina: “Quem estuda Filosofia e Sociologia reflete e atua melhor na vida prática, inclusive ao exercer o poder do voto.” De maneira passiva, o coletivo sofre consequências do lodo moral e midiático da Sodoma e Gomorra em que se tornou a Câmara dos Deputados. Gerenciada por um santo do pau oco, a ala reacionária do poder não vale o que pesa aos cofres e seu Conselho de Ética não exala ética nem moral.
Não é novidade que o Brasil convive com as consequências socioeconômicas mundiais agravadas por um Congresso corrupto, corruptível e corruptor, fato e acontecimento secular o qual remonta ao Império de um país quintal do mundo e exportador de matéria-prima bruta — a qual incluía o sujeito nativo e negro sem dignidade, cujo valor enquanto ser humano reduzia-se à mercadoria no mercado.
A delação premiada fomenta o sistema capitalista pirata e corrupto, pós-moderno, lobista, monoteísta e movido pelo óleo do dinheiro não declarado. A Filosofia entende como comportamento ético a reta ação do ser humano a qual destoa da necessidade jurídica e afago ao roubo do patrimônio público. Nos tempos da militância que enfrentou o período de exceção política, o dedo-duro era conhecido como “cachorro” ou “X9”.
O eu-consciência afogou-se, atirado que foi do navio de piratas contemporâneos cujo capitão é o eu-coletivo. O lixo do luxo com “poder de polícia” instalou-se em Brasília, tem maioria no alforje que sonega impostos e rouba a ética. Um terço dos brasileiros paga o preço do pecado dos outros dois terços, as igrejas católica e evangélica, representadas ali por lobistas profissionais, santos larápios metidos em vestidos e ternos que valem mil vezes o salário de fome do trabalhador. São mais de 500 frouxos para um Cunha!
O exército de reserva (desempregados) enfrenta a carta de Michel Temer, o zica e a dengue, a matilha instalada no poder, a greve da polícia, o desemprego, a força abençoada, hipócrita e santa das ONGs, o neoliberalismo da gestão do Estado, empreendimentos imobiliários que adensam a cidade sem pensar o trânsito e o urbanismo mal administrado que culminam na expressão social do abuso das drogas.
De olho no relógio, o trabalhador cumpre tripla jornada. Endividado, enriquece instituições que rasgam a Constituição e comercializam o ensino. A pretensão do sujeito em se tornar mestre ou doutor é mais uma mentira da sociedade capitalista. Na janela das verdades, um cabaré, a gasolina, a cocaína e o sexo insistem em mover os melhores mundos que Freud e Chaplin descobriram há tempos, modernos, e que delegam a certeza violenta de que durante o Natal, o sapatinho na janela, logo pela manhã, denuncia se Papai Noel existe ou se a insegurança te deixou sem sapato ou chinela.
Antônio Lopes é mestrando em Serviço Social.
“Que o Jornal Opção tenha sucesso por muito mais tempo”
Marcos Abrão
Ao completar 40 anos de existência, o Jornal Opção faz jus às palavras do jurista e também jornalista Rui Barbosa: “Todo o bem que se haja dito e se disser da imprensa ainda será pouco, se a considerarmos livre, isenta e moralizada.” Com sua análise crítica e diferenciada dos fatos, este jornal é leitura obrigatória para quem gosta de ficar informado por meio de um amplo painel de opiniões e perspectivas. Antes, como integrante do Poder Executivo, e agora, no Legislativo, continuo sendo leitor fiel desse periódico que enriquece a imprensa goiana. Como deputado federal, devo reconhecer a força do Jornal Opção para debater ideias no cenário político de nosso Estado.
Os jornalistas Herbert de Moraes e Patrícia Moraes Machado merecem todos os cumprimentos por permitir que nós, goianos, possamos ter variedade e credibilidade em um único veículo de comunicação. E é isto que o Jornal Opção — seja em versão impressa, seja em versão online — faz de melhor: comunica. Importante ressaltar a elogiosa adaptação às novas tecnologias ao longo dessas quatro décadas, o que reforça a ideia de um periódico de vanguarda, que indica novas tendências.
Por esses motivos, parabenizo toda a equipe do Jornal Opção pelo trabalho que dignifica a imprensa não apenas de Goiás, como do Brasil inteiro. Parabéns aos idealizadores e aos que concretizam diariamente o projeto iniciado em 1975. Sucesso por muito mais tempo: é o que desejo.
Marcos Abrão é deputado federal, presidente do PPS de Goiás e economista.