Só falta Lula chamar Temer para vice em 2018
06 novembro 2017 às 13h53

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Festival de cinismos na política brasileira chega a níveis inacreditáveis, com exemplos como ministra que ganha mais de 30 mil se dizer escrava e preso ter mordomo particular na cadeia

A melhor da semana que passou teve como protagonista a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, do PSDB. Ala apresentou ao governo um pedido para acumular o seu salário com o de desembargadora aposentada, o que lhe garantiria R$ 61,4 mil mensais. No pedido, de 207 páginas, ela reclama que, por causa do teto constitucional, só pode ficar com R$ 33,7 mil do total das rendas.
A ministra diz que essa situação, “sem sombra de dúvidas, se assemelha ao trabalho escravo, o que também é rejeitado, peremptoriamente, pela legislação brasileira desde os idos de 1888 com a Lei da Abolição da Escravatura”.
Luislinda recuou na sua pretensão, depois que a opinião pública lhe “caiu de pau” nas redes sociais. Antes de desistir, porém, ela ainda tentou justificar o pedido, com argumentos que só escancararam sua desconexão com a realidade.
Numa entrevista a uma rádio gaúcha, na quinta-feira, 2, ela minimizou as críticas à comparação feita por ela com o trabalho escravo e disse não ter errado ao recorrer à comparação. “É algum pecado se fazer alguma analogia? Eu acho que eu não pequei. Eu acho que eu não errei. Por favor, não me crucifiquem só por isso”, afirmou Luislinda.
A ministra também afirmou considerar que não errou ao solicitar o acúmulo de salário com a aposentadoria. “E como é que eu vou comer, como é que eu vou beber, como é que vou calçar?”, perguntou a ministra aos entrevistadores da rádio. “Eu acho que é um direito que eu tenho, porque eu estou trabalho. Eu estou trabalhando”, disse. “Gente, eu só fiz o requerimento, onde é que está meu erro?”, perguntou a ministra.
O erro está na escolha de uma pessoa que demonstra total falta de qualificativo para ocupar o cargo quer seu partido lhe deu no organograma do Executivo. Tivessem o PSDB e o presidente Temer estatura moral e política, ela teria sido demitida. O PSDB teria lhe tirado a sustentação política, e o presidente da República a exoneraria incontinente.
Mas nem PSDB nem Michel Temer são exatamente exemplos de correção moral.
Luislinda Valois é a mesmo que há algum tempo requisitou dois automóveis Toyota Corolla para seu uso no ministério. Não poderiam ser quaisquer carros, só serviam Corolla.
Aliás, a criação de um Ministério dos Direitos Humanos é mais uma empulhação politicamente correta. Não se justifica. Poderia ser uma secretaria na Pasta da Justiça. Pelo menos evitaria ser entregue a uma peça como Luislinda.