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A revista “Exame” realizou pesquisa salarial dos advogados brasileiros e descobriu qual o salário médio dos profissionais inscritos na Ordem dos Advo­gados do Brasil (OAB) por área. O estudo, da consultoria Robert Half, mostra a remuneração média para oito áreas jurídicas em bancos, empresas e escritórios de advocacia. De forma geral, os cargos com maiores salários e melhores perspectivas de contratação estão de alguma forma ligados à crise instalada no Brasil.

No geral, um diretor jurídico recebe de R$ 21,1 mil a R$ 41 mil reais; um gerente jurídico de R$ 13,5 mil a R$ 21 mil reais; advogado sênior/coordenador, de R$ 8 mil a R$ 13,5 mil; advogado pleno, de R$ 5,5 mil a R$ 8,5 mil; advogado júnior, de R$ 3,5 mil a R$ 5,5 mil. A classificação do profissional como sênior, pleno ou júnior reflete seu tempo de experiência – mais de oito anos; entre quatro e sete anos e até três anos, respectivamente – para oito áreas jurídicas em empresas de pequeno, médio e grande porte.

O profissional mais valorizado, segundo a pesquisa, é o que tenha o famoso “espírito empreendedor”, cada vez mais em voga na área jurídica. Empresas buscam um profissional generalista capaz de gerar oportunidades: além de dominar assuntos jurídicos, ele também precisa ter visão de negócios. Com a onda de recuperações judiciais de empresas em apuros sob o ponto de vista financeiro, os advogados com experiência em recuperação judicial e reestruturação de dívidas têm obtido relevante reconhecimento no mercado.

Segundo o levantamento, a reforma trabalhista, com suas demissões e cortes, tem rendido muito trabalho para a área trabalhista, tanto sob o viés contencioso quanto consultivo — uma tendência que deve se manter durante o ano. O direito tributário também continuará em alta, com destaque para advogados com experiência em consultoria voltada para planejamento de tributos. Profissionais especializados em “compliance” e na área concorrencial também estão em alta no mercado.

O estudo ainda traz dados sobre as características comportamentais mais importantes no advogado que opta pela carreira corporativa no Brasil. “Ele já não se contenta mais em ser simplesmente um apoiador para as demais áreas de negócio ou um apagador de incêndios quando algo dá errado. Ele quer ser um executivo de Direito e não somente um advogado”, afirma o relatório.

Tanto em escritórios quanto empresas, os principais diferenciais de quem é contratado são formação em faculdade de primeira linha; estabilidade na carreira; domínio do inglês; e senso comercial.