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O presidente do Conselho Fe­deral da OAB, Marcus Vinícius Fur­tado Coêlho, vai à Procuradoria-Ge­ral da República (PGR) e ao Mi­nistério da Defesa cobrar providências sobre o atentado à sede da Ordem em 1980, que matou a secretária Lyda Monteiro. À PGR pedirá que o sargento Magno Catarino, apontado como responsável, responda pelo crime. Ao Ministério da Defesa requererá um pedido de desculpas à família da vítima e à autarquia em nome do Estado. A decisão de Coêlho foi tomada diante da divulgação do relatório da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro segundo o qual o Centro de Inteligência do Exército foi o responsável pelo envio de uma carta-bomba à OAB.

Conforme o relatório, Lyda Mon­teiro foi assassinada por agentes do Centro de Informação do Exército ao abrir uma carta-bomba que estava en­dereçada ao presidente da OAB. Com base em depoimentos de testemunhas, fotos e retratos-falados, a comissão identificou a participação do sargento Magno Cantarino Motta como o homem que entregou a bomba pessoalmente na sede da Or­dem no Rio de Janeiro — ele está vi­vo e mora na capital fluminense, mas se recusou a prestar depoimento à comissão.

Marcus Vinicius Furtado Coêlho classificou a divulgação do relatório como “um encontro do Brasil com sua história” e relembrou que, apesar da tristeza do episódio, ele engajou a sociedade brasileira, que a partir então lutou de forma ainda mais contundente por uma nova Constituição.