Apesar dos medos e receios que cercam tanto o judiciário, como também os escritórios de advocacia, estes não podem ficar de braços cruzados esperando serem as próximas vítimas

Recentemente fomos surpreendidos com um ataque ao segundo órgão judiciário mais importante do país, o Superior Tribunal de Justiça. Esse que sofreu, até então, o maior ataque cibernético oriundo de hackers da história do país, tendo em vista que as atividades chegaram a ser suspensas por 1 semana, havendo sequestro de dados pelos criminosos, bem como prejuízos.  O ataque foi superado e o sistema do STJ retornou a funcionar dentro das suas normalidades, tendo os profissionais da área garantindo uma maior proteção para evitar ataques cibernéticos no futuro.

Entretanto, na última sexta-feira (27/11), o sistema judiciário sofreu um novo ataque, desta vez, sendo o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Contudo, diferentemente do ataque ao STJ, onde foram veiculadas ameaças de vazamentos das informações (inclusive sigilosas) nos bancos de dados, os autores do ataque ao TRF-1 apenas indicaram que não vão vazar quaisquer dados ou informações, e que o ataque somente serviu como forma de alertar o judiciário sobre as falhas na segurança de seu sítio eletrônico.

“Vazamento de dados do Tribunal Regional da Primeira Região (portal.trf1.jus.br). isso é sério? um orgão tão importante com uma vulnerabilidade tão grave.. Nest post estamos expondo “só” o conteudo de 4 (cit, concurso, stf e trfweb) das 47 DBS, apenas para demonstrar que o TRF1 tambem é vulnerável. nosso objetivo NÃO é causar o caos, nem prejudicar o TRF1 (sic)”.

Não se sabe ao certo quais as motivações desses hackers em continuar invadindo os sistemas do poder judiciário nacional, entretanto, fica o temor quanto à capacidade fraca de proteção de um banco de dados públicos, como também a clara necessidade de melhora-los, para prevenir futuros crimes cibernéticos.

Tal lição também deve ser absorvida pelos particulares, em especial, pelos escritórios de advocacia, principalmente os grandes, que podem se tornarem prováveis alvos futuros desses hackers, que chegam a pedir indenizações em bitcoins para não vazarem informações sigilosas destes escritórios.

Apesar dos medos e receios que cercam tanto o judiciário, como também os escritórios de advocacia, estes não podem ficar de braços cruzados esperando serem as próximas vítimas, devem investir melhor em seus respectivos sistemas de segurança digital, pois não se sabe se em caso de novo ataque, os hackers serão tão “bondosos” quanto os que invadiram o TRF-1 somente para demonstrar a fragilidade em seu sistema de segurança digital.

Não se pode afirmar que exista uma ameaça iminente à democracia e aos operadores que a mantém, contudo, tem de se destacar a fragilidade do nosso sistema de segurança federal, que em tese, deveria ser o mais seguro, sendo facilmente invadido em um intervalo menor que 30 dias por hackers, levando certo temor também àqueles que trabalham junto a área, como advogados.