Debates com tema conspiracionista em horário que era dedicado à música de boa qualidade deixam ouvintes insatisfeitos

A Rádio Brasil Central é um dos marcos da comunicação em Goiás. Desde que foi criada, em 1950, por Coimbra Bueno – chamava-se, originariamente, Rádio Jornal Brasil Central –, tem comprometimento com as causas do Estado onde se situa. Fundada pelo ex-governador Jerônymo Coimbra Bueno em 1950, ela se tornou referência em radiojornalismo, com o programa matutino O Mundo Em Sua Casa, e também na imprensa esportiva goiana, com a equipe Escrete de Ouro, pela qual passaram praticamente todos os grandes nomes do setor no Estado.

Na versão FM, a RBC é uma referência em qualidade e bom gosto musical – nesse aspecto, disputa o mesmo nicho de audiência que a Executiva FM, do Grupo Jaime Câmara –, sem deixar de dar atenção também ao jornalismo. Isso tudo pelas mãos de uma equipe técnica séria, boa parte da qual trabalha no complexo muito antes de passar a ser chamado de Agência Brasil Central (ABC).

Entretanto, as mudanças recentes na programação tem sido sentidas pelos ouvintes. No intervalo entre as 18 às 19 horas, até tempos atrás a emissora estatal tinha o programa RBC Instrumental como grade fixa, havia décadas. Recentemente, houve a troca por um programa de “debates” com temas políticos de qualidade duvidosa, que às vezes não só beiram como mergulham na desinformação.

Na terça-feira, 4, estava em debate uma teoria conspiracionista de nível alto, que envolvia vírus chinês, destituição do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden para ascensão de Kamala Harris, sua vice, o que serviria para a invasão comunista de toda a América, com bases militares na Argentina e na Venezuela, para posterior invasão do Brasil.

Uma ou outra vez coisas assim acontecem, principalmente em programação ao vivo. O problema, dizem os ouvintes, é que a situação, que beira ao terraplanismo ideológico, está recorrente.