Conversei com Tasso Câmara durante algum tempo. Nas primeiras vezes, com a mediação do jornalista e historiador José Asmar, biógrafo de Joaquim Câmara, o fundador, em 1938, do jornal “O Popular”.

Depois, passei a ligar para Tasso Câmara e conversamos várias vezes sobre jornalismo e política. Afável e bem informado, não deixava de falar de assuntos pertinentes ao jornal “O Popular”, pelo qual tinha um apreço imenso, e sobre as mudanças no comando do Grupo Jaime Câmara e da redação (mais do jornal do que da televisão).

Tasso Câmara foi um dos primeiros a me dizer que Jaime Câmara Júnior cogitava vender a TV Anhanguera para um grupo de Mato Grosso. O negócio não deu certo e foi interrompido.

Nossas comunicações cessaram depois de algum tempo, possivelmente dados os problemas de saúde de Tasso Câmara, um homem sempre gentil e disposto a conversar, desde que seu nome não fosse mencionado, nenhuma vez, nos textos que eu escrevia.

Tasso Câmara era uma fonte, que, como morreu (aos 93 anos), pode ser nominada e tornada pública. Vale acrescentar: nunca falou mal de Jaime Câmara Júnior e de seu filho, Cristiano Câmara. A família Câmara era muito importante para o empresário.

Eu sabia das divergências na família Câmara — de um lado, Tasso Câmara e Tadeu Câmara; do outro, o predominante, Júnior Câmara. Cheguei a perguntar a respeito. Laconicamente, Tasso Câmara me disse: “Toda família, sobretudo quanto há negócios em comum, têm suas divergências”. Elegantemente, não fez críticas. Se as fazia, era privadamente.

Nunca ouvi uma crítica de Tasso Câmara aos dois parentes Júnior Câmara e Cristiano Câmara (que não é mais dirigente do Grupo Jaime Câmara).

Abordei Tadeu Câmara uma ou duas vezes, por telefone. Nunca quis falar sobre os negócios do Grupo Jaime Câmara. Talvez tenha falado uma vez, en passant. Como Tasso Câmara, não é dado a criticar a família publicamente. Trata-se de uma família discreta, do bem e de bem.