Stella Maris, romance de Cormac McCarthy, sai em abril de 2023

15 fevereiro 2023 às 11h00

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“McCarthy volta com dois golpes em sequência […]. O esperado retorno de uma lenda. — Esquire
O crítico literário e jornalista Carlos Willian Leite — poeta (um dos melhores de Goiás, o que precisa é de fortuna crítica) — me liga, esbaforido: “Pare as máquinas! Tenho uma notícia urgente!” Surpreso, hesito, mas acabo perguntando: “Amigo, de que diabos está falando?!”
Carlos Willian, que leu “Meridiano de Sangue” (Alfaguara, 352 páginas, tradução de Cássio Arantes Leite), de Cormac McCarthy, pelo menos 15 vezes, responde, ofegante: “Estou sem fôlego. Daqui a pouco esclareço”.

Deixo passar uns minutos e, preocupado, ligo para o Carlos: “Está melhor?” Ele respondeu: “Estou saudável. É que a Alfaguara anunciou o lançamento do romance ‘Stella Maris’ [sequência de ‘O Passageiro’] para o dia 6 de abril deste ano”.
Ufa! Agradeço ao bardo pelas duas boas notícias. Primeiro, e mais importante, que está muito bem de saúde. Segundo, pela notícia em primeira mão do lançamento do novo romance de Cormac McCarthy. (E há uma terceira boa notícia: Carlos Willian será pai de um segundo menino, o Lui, em março. Ele e Tainá, sua mulher, e Céu, o primogênito, estão superfelizes.)
Quando eu ia desligando o telefone, Carlos Willian acrescentou: “A tradução é do grande Cássio de Arantes Leite. Ele entende bem a prosa, naquele ritmo faca só lâmina, de Cormac McCarthy”. Pois, diriam os escritores e críticos Ademir Luiz e Solemar Oliveira (autor de uma grande crítica de “O Passageiro”), trata-se mesmo de um lançamento imperdível.
Será o canto de cisne do escritor americano? “Não”, brinca Carlos Willian. “Ele tem de viver pelo menos mais uns 20 anos. Espero que tenha na gaveta um outro ‘Meridiano de Sangue’.”

Fiz menção de me despedir, e o Carlos Willian disse: “Rapaz, por que a pressa? Tem mais. Vou lhe enviar a sinopse do livro, de autoria da Alfaguara”. Agradecido, pensei, em voz alta e o vate, ao escutar, riu: “O petista-chefe Lula da Silva tem o hábito de reclamar que a imprensa não publica boas notícias. Pois, presidente, eis uma boa notícia: o lançamento do romance de Cormac McCarthy. Espero que, até abril, quando será lançado, a inflação e os juros tenham caído um pouco mais. Ou seja, teremos três notícias boas”.
“Ah! ‘Sella Maris’ só tem 184 páginas”, informou Carlos Willian.
Confira a sinopse da Editora Alfaguara
“No segundo volume do díptico iniciado com O passageiro, o vencedor do Prêmio Pulitzer Cormac McCarthy mergulha na vida de Alicia, internada no hospital psiquiátrico Stella Maris no início dos anos 1970. Em sessões com seu terapeuta, ela aos poucos narra sua história, num retrato íntimo sobre a perda, a saudade e a loucura.
“1972, Black River Falls, Wisconsin: Alicia Western, aos vinte anos de idade e com quarenta mil dólares em um saco plástico, dá entrada no hospital psiquiátrico Stella Maris. Candidata ao doutorado em matemática pela Universidade de Chicago, é diagnosticada como paranoide esquizofrênica, com um longo histórico de alucinações visuais e auditivas.
“Em conversas com seu terapeuta, Alicia contempla a natureza da loucura e a insistência humana em ver o mundo sempre de uma única forma. Ela se lembra da infância e discute as interseções entre filosofia e física, narrando ao doutor suas quimeras e alucinações – personagens surreais que falam com ela e que só ela pode ver.
“Enquanto isso, ela tenta suportar a falta de Bobby, seu irmão, que sofreu um acidente e está entre a vida e a morte. Alicia ressente sua distância e ausência, mas não quer falar da relação que tiveram: uma relação de amor proibida, que deixou marcas profundas em ambos.
“Narrado por meio de transcrições das sessões psiquiátricas, Stella Maris não é apenas uma sequência de ‘O Passageiro’; é um livro que o complementa ao acrescentar uma nova perspectiva à história de Bobby Western — e proporciona uma discussão filosófica que questiona as noções de Deus, da verdade e da própria existência. É um romance enigmático e profundo, de um dos maiores mestres da literatura norte-americana atual.