Aberta há 16 anos, numa cidade da Holanda, a livraria é visitada por 700 mil pessoas por ano, em busca de livros e da beleza inspiradora do lugar

Livraria Selexz Dominicanen | Fotos: Etienne C. L.

Lara Gómez Ruiz, do jornal espanhol “La Vanguardia”, conta, na reportagem “Selexyz Dominicanen, a livraria mais bonita do mundo”, uma história que interessa aos leitores — os bons, os mais ou menos e, também, os ruins.

A Selexyz Dominicanen sempre ficava entre as livrarias mais belas do mundo. Mas agora o jornal britânico “The Guardian” a colocou como a mais bonita, superando todas as outras.

A livraria funciona dentro de uma igreja gótica dos padres dominicanos, na cidade de Maastricht, na Holanda. É tanto uma livraria quanto, pela beleza, um ponto turístico — que recebe 700 mil visitantes por ano.

Os turistas-leitores, segundo a diretora-adjunta Evelijn de Jong, buscam comprar livros, mas também a história do lugar, sobretudo da igreja secular.

A cadeia de livrarias Selexyz teve a ideia de restaurar o monumento, que data de 1280, com o objetivo de dar uma configuração cultural. “O edifício se encontrava em estado deplorável e nós enfrentamos todo tipo de desafios. Porém, acreditamos que valeu a pena, e muito, o esforço”, disse Evelijn de Jong ao “Vanguardia”. Antes de completar 15 meses, a livraria começou a aparecer nos rankings das livrarias mais magníficas do globo.

Antes de se tornar livraria, a igreja esteve fechada por vários anos. Ela parou de funcionar em 1805 — há 216 anos. Chegou a ser, inclusive, uma galeria de arte e, depois, um depósito de bicicletas.

“Depois que os franceses proibiram todas as abadias e monastérios em 1796, a maioria das igrejas foram designadas a um propósito militar. Esta [onde funciona hoje a livraria] não foi uma exceção. Com o tempo, acabou tendo outros usos até finalmente converter-se na assombrosa livraria atual”, assinala Evelijn de Jong.

A ideia de se instalar uma livraria começou em 2004. Os arquitetos Merkx+Girod foram contratados para transformar a igreja dominicana em estilo gótico num paraíso para os leitores. Eles trabalharam, afirma Evelijn de Jong, “sempre dentro dos limites do status monumental e histórico. Em 2005, uma cooperação de construtores e arquitetos iniciou a restauração da igreja, sob a supervisão do departamento de patrimônio cultural da cidade de Maastricht”. A livraria “abriu as portas em 2006” — há dezesseis anos. “Mas as obras só terminaram em 2011”, anota a diretora.

Evelijn diz que os leitores buscam na Selexyz Dominicanen um lugar para comprar livros — além de inspiração, dada a beleza do edifício da igreja — e tomar um bom café. “No lugar do coro, onde ficava o altar, os leitores podem degustar um café do ‘cafetero’ mais antigo de Maastricht, Blance Dael.”