SBT e Ratinho divulgaram boato de que homem deixou de se casar porque tinha caso com padre. Era mentira

Ratinho: processo e condenado a pagar quase meio milhão de reais a padres | Reprodução/SBT

Em 1999, há 20 anos, um homem e uma mulher — da cidade de Astorga, no Paraná — decidiram não se casar, um dia antes da data marcada para a união. Espalharam o boato de que o noivo estava apaixonado pelo padre e vice-versa. O repórter Hebert de Sousa, do SBT, disse, ao vivo: “Este padre teria se apaixonado pelo noivo na hora do casamento, e teria mandado um recado para o noivo, pedindo que não se casasse, que era apaixonado por ele. São os comentários, ninguém está falando absolutamente nada, até porque nós estamos esperando a noiva e o noivo aqui nos estúdios”. O apresentador Ratinho, que é do Paraná, acrescentou, no seu programa: “Tava acontecendo um casamento e, de repente, o noivo — ao invés de se interessar pela noiva — gostou do padre”. O que era boato, cuidadosamente trabalhado, acabou por ser transformado em “fato” — sem ser fato — tanto pelo SBT quanto por Ratinho.

Dois padres recorreram à Justiça com o objetivo de penalizar os que espalharam a mentira. O site do Consultor Jurídico frisa: “Na segunda instância, o Tribunal de Justiça do Paraná julgou que ‘as intervenções de Ratinho foram um teatro, de absurdo grotesco e degradante, que somente pode ser avaliado em sua dimensão, assistindo aos programas veiculados que se encontram nas gravações anexadas aos autos’”.

O SBT e Ratinho recorreram. Mas, ante o absurdo das invenções, o STJ ratificou a sentença do Tribunal de Justiça do Paraná: Ratinho e o SBT terão de pagar, com correção, R$ 436 mil reais para cada padre — quase 1 milhão de reais. Um dos padres faleceu e é representado, na ação, por familiares.