978-85-86626-71-5

Um dos mais complexos e interessantes políticos brasileiros, Francisco Clementino de San Tiago Dantas merece ser mais bem estudado por pesquisadores, jornalistas e biógrafos. Depois de Bilac Pinto, perfilado por uma biografia apenas razoável mas que abre fronteiras, agora chegou a vez de um político que também era intelectual. “San Tiago Dantas – A Razão Vencida” (Singular, 768 páginas, 70 reais), de Pedro Dutra, é uma biografia alentada.

San Tiago Dantas foi ministro das Relações Exteriores e da Fazenda do governo de João Goulart. Era um dos auxiliares mais moderados do presidente e chegou a aconselhá-lo a ser mais conciliador e a observar o quadro real que estava se desenhando. Jango deu mais ouvidos aos radicais de esquerda e às suas próprias “ideias” sobre o que era fazer política.

Na década de 1930, dado o confronto entre comunistas e fascistas em termos locais e internacionais, San Tiago Dantas alinhou-se com o fascismo patropi – representado pela Ação Integralista Brasileira. Na turma do anauê, ao seu lado, estavam Gustavo Barroso, Miguel Reale, dom Helder Câmara e Plínio Salgado, este era o líder máximo do fascismo verde.

Criador de faculdades, professor de Direito, deputado federal, San Tiago Dantas era apontado por todos como um homem dotado de grande inteligência e capacidade intelectual. Era tido como um político perspicaz e um hábil analista das circunstâncias políticas. Porém, numa época de efervescência, os moderados, embora eventualmente ouvidos, não têm suas ideias em geral respeitadas. Em tempos radicais, como o da década de 1960, vozes radicais são as mais acatadas. Os moderados, apontados como reacionários, são escanteados.

San Tiago Dantas morreu aos 53 anos, em 6 de setembro de 1964.

A apresentação do livro pode ser lida no site da editora (link: http://www.editorasingular.com.br/Uploads/APRESENTACOES/Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20PDsantiago.pdf).