O magistrado que pôs a República de joelhos, e já votou em Lula da Silva, garante que não vai disputar mandato político

Caio Junqueira, Eduardo Barretto, Rodrigo Rangel (sentado) e Filipe Coutinho: o Esquadrão Classe A da revista “Crusoé”

O jornalismo está em crise mais em termos financeiros do que de qualidade editorial. Surge agora a “Crusoé”, empreendimento dos jornalistas que dirigem o Antagonista — Diogo Mainardi e Mario Sabino. O fundamental: os textos da revista — pena que sejam pagos (o realismo manda que assim seja; eu já assinei) — são bem escritos e fundamentados. Na apresentação, Mario Sabino afirma que será uma reavista posicionada, quer dizer, liberal e, portanto, contra o cartorialismo.

O primeiro entrevistado é o juiz Sergio Fernando Moro, da Operação Lava Jato. Ao diretor de redação da “Crusoé”, Rodrigo Rangel, o magistrado se disse surpreso com a dimensão da investigação que denunciou o assalto gigantesco ao Erário da República patropi. “Não se tinha presente que o caso poderia atingir a dimensão que atingiu. O que mais assustou foi esse crescendo da evolução das investigações”, disse.

Sete perguntas da “Crusoé” não foram respondidas por Sergio Moro. Não esclarece em quem vai votar para presidente (já foi eleitor de Lula da Silva e do PT) Inquirido se chora, frisou que não responde a questões pessoais. O juiz garantiu que não pretende disputar mandato. Por qual motivo? Por “questões talvez de vocação ou por entender que isso seria inapropriado no presente momento”.

Mario Sabino e Diogo Mainardi, escritores e jornalistas, são os publishers da “Crusoé”

Filipe Coutinho, Caio Junqueira e Eduardo Barretto integram, ao lado de Rodrigo Rangel, a redação de “Crusoé”.

“A Crusoé será uma ilha de independência no jornalismo brasileiro”, dizem os editores da publicação. Começa com um mito. Porque não há independência alguma — na Imprensa, na vida e, até, no Céu. O que importa é, mesmo não sendo “independente”, empolgar o leitor com jornalismo de qualidade.