O Popular reinaugura o samba do crioulo doido

15 agosto 2015 às 16h11

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O “Pop” informa, na reportagem “Shoppings entendem que não precisam cumprir lei”, que os centros de compras não querem fornecer vagas gratuitas. A matéria é tão caótica que o leitor não é informado para quem as vagas gratuitas seriam destinadas.
O título não corresponde com precisão ao teor do texto. Pois os diretores dos shoppings, pelo menos de dois deles, não disseram que não querem cumprir a lei. O que “as direções do Goiânia [Shopping] e Araguaia Shopping dizem” é “que vão aguardar a regulamentação da lei pela Prefeitura” de Goiânia. O trecho entre aspas é da reportagem. Outros shoppings, como o Portal e o Flamboyant, “não se manifestaram”.
A qualidade do texto é discutível. No lugar de “shoppings centers”, a grafia correta é “shopping centers”, com plural apenas na segunda palavra. Usa-se aspas de maneira equivocada: procurador-geral do Município, Carlos de Freitas limitou-se a dizer que “ainda não conversou sobre o tema com o prefeito.” O ponto deveria ser posto depois das aspas: “… com o prefeito”.
Outro trecho reafirma o samba do crioulo doido: “Ao ser publicada no Diário [Oficial do Município], a lei entra automaticamente no sistema jurídico da Prefeitura, o que a confere eficácia”. É quase inacreditável que nenhum editor tenha reparado na frase confusa.
O samba do crioulo doido reaparece na reportagem “Filho de ex-deputado diz não saber como conseguiu dois cargos públicos”. Confira: “Chamou a atenção dos investigadores a contratação, em especial do filho do ex-deputado [Sebastião Costa], o cantor sertanejo Matheus Freire Carvalho Costa, de 24 anos, e de sua mulher, pública Claudiane Freire Carvalho Costa, de 45”.
O jornal quis dizer “funcionária pública”, mas não disse. E há problema com uma vírgula mal colocada, depois de “contratação”, o que trunca o texto.
O escritor tcheco Kafka diria: “Socorro, os editores sumiram!”