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Pode-se viajar presencialmente. Pode-se viajar por meio de pesquisas, do conhecimento. Pode-se viajar pela imaginação. Nem sempre a viagem presencial é a mais rica. Às vezes, é, claro.

O alemão Johann Wolfgang von Goethe era um homem de múltiplos conhecimentos — literários e científicos. Era um polímata. O William Shakespeare germânico.

Goethe, que morreu em 1832, aos 82 anos — há 190 anos —, tentou mas não conseguiu visitar o Brasil. Interessado pelo país, com seu espírito de cientista, queria saber sobre suas plantas e minérios.

Não tendo como visitar o Brasil — que a americana Emily Dickinson cantou em algumas poesias —, Goethe pôde entendê-lo, em parte, devido às pesquisas de cientistas europeus que estiveram no país. Ele lia o material dos naturalistas (que, no geral, eram pesquisadores criteriosos e escreviam bem, além de saberem desenhar) e também conversava com eles. Chegava a pedir “amostras”, como plantas e minérios. O resultado é que, de alguma maneira, Goethe “viajou”, sim, ao Brasil, ainda que não presencialmente.

Sylk Schneider, que pesquisa a relação de Goethe com o Brasil, e Marcus Mazzari, que estuda (e traduz) a literatura alemã

O alemão Sylk Schneider decidiu pesquisar a “viagem” de Goethe ao Brasil e escreveu uma tese de doutorado a respeito. Agora, sua pesquisa sai em livro com o título de “Viagem de Goethe ao Brasil”. Sylk Schneider disse ao Jornal Opção: “Graças à força de vontade do meu editor brasileiro, vai sair a edição brasileira de meu livro. É muito mais bonita [do que a alemã]. Cores, formato maior e dezenas de imagens brasileiras, fac-símiles da biblioteca de Goethe”.

Há alguns anos, o brasileiro Edgar Welzel, que mora há décadas na Alemanha, entrevistou Sylk Schneider para o Jornal Opção.