A colunista vai escrever aos domingos e às quartas. Leitores do jornal ganham com a qualidade de Dora Kramer e Eliane Cantanhêde

O ex-diretor de cinema Arnaldo Jabor perdeu o emprego no “Estadão”. Culpa do governo da presidente Dilma Rousseff! Papo furado. Na verdade, ninguém pediu a cabeça do colunista mais teatral do país. Numa fase de contenção de despesas, o jornal decidiu cortá-lo. Só isso. Dora Kramer tirou licença do mesmo “Estadão” — sem apresentar explicações convincentes (o mercado persa da política e do jornalismo especulou sobre problemas de saúde). Culpa do governo petista! Nada disso. A responsável pela ausência foi a própria colunista política. Depois de três meses afastada, a jornalista volta a escrever sua coluna no domingo, 24, com o mesmo destaque de sempre.

Dora Kramer vai escrever às quartas e aos domingos, sempre sobre política e, às vezes, com algumas pitadas de economia. No Facebook, a jornalista disse, bem humorada: “Parada justificada e, mais uma vez, agradeço ao jornal, aos leitores e espero corresponder. Estou revigorada. Vida recomeçando aos 60. Melhor do que aos 30”. Seguindo o comportamento tradicional de jornalistas, que remexem no lodaçal da vida de todo mundo, mas, quando trata de si mesmos, só publicam “rosas”, a excelente colunista não explicou por qual motivo ficou afastada três meses.

Agora, o “Estadão” passar a contar com Dora Kramer e Eliane Cantanhêde — uma seleção com duas pessoas. Os leitores só têm a ganhar com duas jornalistas qualificadas, críticas e perspicazes, fazendo comentários políticos. Como o ser humano é extremamente competitivo, e jornalistas ainda mais, a qualidade da análise política do jornal só tende a ser ampliada.

No início da semana, Dora Kramer voltou a fazer comentários políticos na Bandnews FM.