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A morte de uma pessoa, sobretudo quando famosa, anestesia ou paralisa circunstancialmente o espírito crítico. A morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo, num acidente em território goiano, gerou dezenas de reportagens emocionais e laudatórias, mas nenhuma avaliação sobre a qualidade de sua música. Repórteres, sempre atentos ao sensacionalismo e em busca do acesso fácil e multiplicado, não ousaram nem mesmo situar o artista no contexto da música sertaneja nacional. Nunca se leu tanto lixo disfarçado de reportagem.

Há uma segunda questão. O preconceito dos jornalistas contra a música sertaneja impede que entendam que se trata de um fenômeno cultural, goste-se ou não, e também comercial. É um supernegócio que o jornalismo patropi não consegue dimensionar porque se recusa a entendê-lo.