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Biografia sustenta que o líder da UDN chefiava a VPR

O livro “O Príncipe — Uma Biografia Não-Autorizada de Marcelo Odebrecht” (Astral Cultural, 399 páginas), dos jornalistas Marcelo Cabral e Regiane Oliveira, comete uma gafe histórica extraordinária: “A proximidade da empresa [Camargo Corrêa] com o regime [militar] era tanta que o empresário se tornou alvo de grupos de guerrilha de esquerda como a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), de Carlos Lacerda, e a Ação Libertadora Nacional (ALN). Os grupos acusavam Sebastião [Ferraz de Camargo], entre outros empresários de financiar a repressão, através de mecanismos como a Operação Bandeirantes (Oban), e de pagar recompensas aos militares pela morte de guerrilheiros”.

Carlos Lacerda, político de direita, pertencia à União Democrática Nacional (UDN). Ele batalhou pelo golpe de 1964 e, ao ser cassado pelos militares, tentou articular a Frente Ampla com Juscelino Kubitschek e João Goulart. Portanto, jamais foi líder ou integrante da VPR. Os autores do livro o confundiram com Carlos Marighella, que liderava a ALN e não a VPR.