O governo comunista matou ao menos 70 milhões de pessoas. É a maior tragédia da história do país

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Mao Tsé-tung é responsável por um dos maiores genocídios da história da humanidade. Calcula-se que o comunismo matou mais de 70 milhões na China. Numa tentativa bisonha de se igualar ao desenvolvimento da Europa, ao criar o Grande Salto Adiante, entre 1958 e 1962, Mao Tsé-tung produziu o maior desastre econômico e social da história do país. A história merece agora um registro digno e amplo, “A Grande Fome de Mao — A História da Catástrofe Mais Devastadora da China: 1958-62” (Record, 532 páginas, tradução de Ana Maria Mandim), de Frank Dikotter.

Milhões morreram de fome ou foram assassinados pelo governo. As pessoas não tinham a mínima importância. O que valia era a busca, em tempo integral, pelo crescimento econômico — e não necessariamente pelo desenvolvimento — a qualquer custo. Ao contrário do que previa Mao Tsé-tung, que confundia desejo com realidade, a China deu um imenso salto para trás.

Aqueles que ainda acreditam no comunismo como redenção da humanidade deveriam ler o espantoso livro de Frank Dikotter. É provável que, se ao menos folheá-lo, vão acreditar, correndo, que a democracia, com todos os seus defeitos, é mesmo um valor universal inegociável.

Vale ler também “Mao — A História Desconhecida” (Companhia das Letras, 992 páginas, tradução de Pedro Maia Soares), da chinesa Jung Chang e do inglês Jon Halliday. Os autores entrevistaram inclusive João Amazonas, o político que levou jovens para lutar e morrer na Guerrilha do Araguaia, sob inspiração maoista.