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[Lírio Albino Parisotto: sem irregularidade]

Uma lista com o nome de 106 mil pessoas que têm contas no banco HSBC na Suíça vazou recentemente. Segundo reportagem da revista “Época” — “A lista dos milhões” —, “os 8.667 brasileiros” citados “na lista tinham depósitos de cerca de 7 bilhões de dólares em 2006 e 2007”.

A revista conseguiu o nome de 342 correntistas brasileiras que têm contas na unidade suíça do HSBC. A Receita Federal está investigando 15 deles. São os citados no caso SwissLeaks. Detalhe: a maioria dos mencionados nega que tenha contas na Suíça.

A fonte das informações da Receita Federal, no Brasil, é o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O texto de “Época” é assinado por Thiago Bronzatto, com reportagem de Filipe Coutinho e Flávia Tavares.

A lista dos 15 investigados

1 — Arnaldo José Cavalcanti Marques — Pecuarista.

O Coaf frisa que teria enviado “recursos a um suspeito com o tráfico de drogas”. Sua versão: admite ter conta no HSBC do Uruguai, mas não na Suíça. Garante que não fez transação com pessoas envolvidas com drogas.

2 — Conceição Aparecida Paciulli Abrahão — Dona de casa.

Polícia Federal sugere envolvimento em crimes contra a Lei de Licitações. Sua versão: O marido não quis responder à indagações da “Época”.

3 — Dario Messer — Doleiro.

A Polícia Federal o investigou por meio da Operação Sexta-Feira 13. Denunciado por formação de quadrilha, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A CPI dos Bingos o apontou como “operador do PT”. Sua versão: o advogado Moacyr Dutra frisa que seu cliente não tem conta na Suíça e que o dinheiro movimentado por ele é de origem legal.

4 — Elie Hamoui — Empresário do ramo alimentício.

Mandou 11 mil reais para a conta bancária de uma pessoa investigada pela Polícia Federal sob suspeita de lavagem de dinheiro. Sua versão: garante que não tem contas na Suíça e sublinha que não se pessoas que fizeram alguma transação com ele é investigada pela PF.

5 — Generoso Martins das Neves — Empresário. Administrador da empresa de ônibus Braso Lisboa.

Numa conjunta com parentes, tinha 3,3 milhões de dólares na Suíça, entre 2006 e 2007. Sua versão: não tem conta no HSBC.

6 — Jacks Rabinovich — Empresário. Tem participações nos grupos Vicunha e Fibra.

O Coaf aponta que fez “uma operação de seguros atípica”. Não apresentou sua versão À “Época”.

7 — Jacob Barata — Empresário. Dirigente do grupo Guanabara. Rei do Transporte do Rio de Janeiro.

O Coaf aponta que é citado em relatórios da Polícia Federal e na Justiça do Rio de Janeiro por suposta lavagem de dinheiro. Sua versão: alega que não tem conta na Suíça e que não foi notificado nem pela PF nem pela Justiça. Garante que não tem pendência junto à Receita Federal e tampouco teria sido investigado pelo Coaf.

8 — Jean Marc Schwartzenberg Consultor de mídia e responsável por venda de vídeos da agências de notícias France Press.

Seu nome aparece no Coaf e teria conta na Suíça. Sua versão: Ele sustenta que não remeteu dinheiro ao HSBC da Suíça.

9 — José Roberto Cury — Engenheiro, fundador da Tricury Construções e Participações.

O Coaf enviou informações sobre movimentação bancária que tem a ver com conta no exterior. Sua versão: diz que nada sabe sobre as investigações SwissLeaks.

 

10 — Lirio Albino Parisotto — Empresário, diretor-presidente da Videolar, investidor da Eternit e da Usiminas.

A área de Inteligência da Receita Federal o mencionou como tendo contas na Suíça. Sua versão: admite ter conta na Suíça, mas que o saldo “é declarado e compatível com sua receita”. Constavam 45,8 milhões na sua conta suíça.

11 — Luiz Carlos Nalin Reis — Arquiteto, ex-secretário de Planejamento do Acre

O Coaf garante que fez “uma operação de seguros atípica”.  Sua versão: não atendeu a revista “Época”.

12 — Mário Manela — Empresário.

Investigado pela Polícia Federal por evasão de divisas, com apoio de doleiros. Estaria envolvido em “irregularidades praticadas pelas empresas Barenboim e MBrasil Empreendimentos”. Sua versão: sustenta que não teve nem tem conta na Suíça.

13 — Renato Plass — Administrador.

O Coaf diz que seu nome é mencionado como tendo relações com uma empresa que cometeu crimes fiscais e teria usado “laranjas”. Suas movimentações financeiras são investigadas. Sua versão: não atendeu aos repórteres da revista “Época”.

14 — Ricardo Steinbruch — Diretor-presidente da CSN e do Grupo Vicunha.

O Coaf sugere que “fez operações de grande valor, mas ‘em tese’, compatíveis com sua situação financeira”. Sua versão: “A família Steinbruch declara que todos os ativos no exterior pertencentes a essa família têm finalidade lícitas e estão de acordo com a lei. Quanto às menções a pessoas de sobrenome Steinbruch constantes de dados que foram roubados do banco HSBC e manipulados, reiteramos que não correspondem à verdade e, por sua origem criminosa, não merecem comentários”.

15 — Samuel Chadrycki — Empresário e advogado.

O Coaf informou que “as comunicações sobre ele são relacionadas a seguros, e os valores movimentados são, ‘em tese’, compatíveis com sua capacidade financeira”. Sua versão: a “Época” não conseguiu contato com o empresário.