Leilane Neubarth é repórter e apresentadora. Sua energia, derivada do compromisso com a profissão, atrai os telespectadores. Nota-se, de cara, que há paixão pelo que se faz, ou seja, por jornalismo. Às vezes, de tão empolgada e motivada, parece que vai explodir o “feixe das emoções”. Mas a, digamos, “ansiedade”, a colagem na notícia, é sua maneira de sugerir aos que a veem que está atenta aos fatos e que não é uma figura “neutra”, “distanciada”, “decorativa”. Pelo contrário, é participante.

Por isso costumo dizer que quem gosta de jornalismo aprecia o empenho, o viés participante, de Leilane Neubarth, uma figura de amplo carisma.

Na GloboNews, onde ancorou seu talento, felizmente valorizado, Leilane Neubarth apresenta o “Conexão”, ao lado de Daniela Lima (outra jornalista do primeiro time, igualmente apaixonada pelo que faz, o que, às vezes, gera confusões e incompreensões) e Camila Bomfim. Eventualmente, na ausência da titular Andréia Sadi, ela coordena o “Estúdio I”.

No dia 21 de junho, numa sexta-feira, Leilane Neubarth vai apresentar, agora na TV Globo, o especial “Falas de Orgulho” — que é dedicado ao público LBGTQIA+. A apresentação do programa mostra, por si, que a Globo não tem receio de enfrentar o conservantismo que está na moda — produto de um irracionalismo racionalizado, por assim dizer — e, por isso, contempla a diversidade da sociedade moderna. Aquilo que os conservadores não querem ver, e sobretudo não querem que seja mostrado, existe — são fatos da vida dos humanos. Não se deve escondê-los. A realidade está sempre batendo à porta e informando: o mundo é diferente, multifacetado.

O horário do “Falas de Orgulho”, às 23h15, não é dos melhores. Mas só a coragem da Globo de exibi-lo, enfrentando as hordas da vanguarda do atraso ou dos retardatários do moderno, já me convenceu a assistir o programa — ainda mais apresentado pela grande Leilane Neubarth.

“Falas de Orgulho” faz parte do Projeto Falas, criado em 2020 para abrir espaço às minorias que eram esquecidas — e ainda são pelas outras redes, como SBT e Record.

De acordo com Gabriel Vaqueu, do F5, site do UOL, “Leilane foi escolhida pela produção da Globo por ser, abertamente, da comunidade LGBTQIA+”.