Kajuru organiza sessão para homenagear o Jornal Nacional. Mas houve resistência

15 setembro 2019 às 00h01

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O senador por Goiás teve de pagar ramalhetes de flores e os convites. Porque o Senado não se prontificou a pagá-los
Por solicitação do senador Jorge Kajuru, o Senado prestou homenagem aos 50 anos do “Jornal Nacional”, da TV Globo, na semana passada. Durante a sessão, falaram, entre outros, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (ligado ao presidente Jair Bolsonaro, que tem preferido a companhia de Edir Macedo e Silvio Santos — ligados, respectivamente, à TV Record e ao SBT), do DEM, e Kajuru, do Patriota. João Roberto Marinho, dirigente do Grupo Globo, compareceu e agradeceu aos senadores. Ele falou que a Globo segue firme na defesa da liberdade de expressão.

Kajuru destacou a credibilidade e a qualidade editorial do “Jornal Nacional” e mencionou sua alta audiência. Seu discurso foi comemorado pela cúpula da Globo, como o pronunciamento mais amplo e emocionante. Foi a primeira homenagem, fora das comemorações da Globo, à qual João Roberto Marinho compareceu. Um dos motivos é que Roberto Marinho, seu pai, era admirador da verve crítica de Kajuru.
Mas há os bastidores — aquilo que não é divulgado, até porque a Globo é poderosa. Não houve unanimidade entre os senadores quando foi proposta a homenagem ao “Jornal Nacional”, ao contrário do que sugeriu Davi Alcolumbre. Dezenas de senadores não quiseram assinar a proposta de Kajuru.
O Senado não quis comprar os dois ramalhetes de flores (que são obrigatórios) e Kajuru teve de desembolsar 760 reais do próprio bolso. O senador por Goiás também teve de mandar fazer os convites.
Kajuru tem razão: o “Jornal Nacional” tem feito um jornalismo de qualidade e crítico — o que desagrada aqueles que estão no poder. Outra virtude é que, se apresenta denúncias, o “JN” abre amplo espaço para a parte denunciada — o que prova responsabilidade e equilíbrio jornalísticos.
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