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Livro resgata a história de Nem, o traficante barra-pesada da Rocinha
Livro resgata a história de Nem, o traficante barra-pesada da Rocinha

O jornalista e historiador Misha Glenny é autor de um livro muito bom, “McMáfia — Crime Sem Fronteiras” (Companhia das Letras, 464 páginas, tradução Lucia Boldrini). Uma das histórias mais espetaculares diz respeito a um golpe aplicado por nigerianos contra o Banco Noroeste, das famílias Simonsen e Cochrane, entre 1995 e 1997. Os africanos lesaram o banco em 242 milhões de dólares. Os banqueiros patropis, torrando uma fortuna com advogados, conseguiram bloquear parte mas não todo o dinheiro.

Misha Glenny volta às livrarias brasileiras com o livro “O Dono do Morro — Um Homem e a Batalha Pelo Rio” (Companhia das Letras, 360 páginas, tradução de Denise Bottmann), sobre o traficante de cocaína Nem da Rocinha, preso pela polícia em 2011.

Num texto publicado no site da Companhia das Letras (ainda não tive a­cesso ao livro), o jornalista João Mo­reira Salles assinala que Misha Glenny veio ao Brasil, conversou longamente com Nem e pesquisou sua história e a vida no morro. Nem, quando preso, era o mal encarnado, o homem mais procurado do Rio de Janeiro.

Na versão de Misha Glenny, um homem “subiu o morro como” An­tônio Francisco Bonfim Lopes, então uma pessoa de bem, “e desceu como Nem”, o traficante violento e eficiente. As histórias dos traficantes dos morros cariocas são todas parecidas, mas o que o jornalista fixa é a especificidade da história de Nem — o momento de sua conversão à bandidagem.

Darcy Ribeiro, mencionado por João Moreira Sales, disse que o Brasil é uma máquina de moer gente.