Intrínseca vai publicar livro crucial de Max Hastings sobre Churchill combatendo Hitler

11 outubro 2025 às 21h00

COMPARTILHAR
Ao contrário de Franklin D. Roosevelt, sempre subestimado no Brasil, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill deu uma sorte tremenda nas terras patropis. Sua melhor e mais ampla biografia saiu em 2020. Trata-se da espetacular “Churchill — Caminhando Com o Destino” (Companhia das Letras, 1197 páginas, tradução de Denise Bottmann e Pedro Maia Soares), do historiador inglês Andrew Roberts.
Pesquisador meticuloso, Andrew Roberts teve acesso a novos arquivos, como o da família real britânica, e escreveu uma biografia que torna, por assim dizer, Churchill nosso irmão. Quer dizer, um indivíduo compreensível. E, como se sabe, o político e escritor da Pérfida Albion é um personagem altamente complexo.

Portanto, se o leitor quiser “uma bíblia” — ou melhor, “a” bíblia — sobre Churchill não precisa procurar muito. Cace, com urgência, o livro de Andrew Roberts. Está tudo lá. O político da terra de Shakespeare “explica” a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Há também a excelente biografia “Churchill” (Nova Fronteira, 900 páginas, tradução de Heitor Aquino Ferreira), de Roy Jenkins. Era a melhor até a publicação da pesquisa de Andrew Roberts.
Eu não tinha apreço por hagiografias até ler “O Fator Churchill — Como um Homem Fez História” (Planeta, 469 páginas, tradução de Renato Marques), de Boris Johnson.

A paixão por Churchill é evidente no livro de Boris Johnson — que, como primeiro-ministro da Inglaterra, não chegou aos pés de seu ídolo. Mas a obra mostra, com precisão, a relevância de um indivíduo — um único indivíduo — na história.
Não fosse Churchill, o mundo possivelmente teria se tornado nazista. O primeiro-ministro “levantou” a Inglaterra e, depois, os Estados Unidos (omissos, em parte da guerra) e a União Soviética (que chegou a ser aliada da Alemanha de Adolf Hitler).
Por isso, Churchill é o maior político do século 20 — seguido de Franklin Roosevelt e Charles de Gaulle.

Quando janeiro chegar, e está perto, os leitores brasileiros terão acesso a outro livro excepcional: “A Guerra de Churchill — 1940-1945” (Intrínseca, 624 páginas, tradução de Berilo Vargas), de Max Hastings.
Max Hastings é um dos principais historiadores da Segunda Guerra Mundial, ao lado de Ian Kershaw (o mais notável biógrafo de Hitler), Richard Overy (“Sangue e Ruínas — A Grande Guerra Imperial, 1931‑1945” é incontornável), Richard Evans, Andrew Roberts e Antony Beevor.
Sinopse da Editora Intrínseca

“Em uma narrativa comovente e dramática, Hastings oferece uma biografia definitiva¹ de um dos mais importantes líderes da Grã-Bretanha.
“Em 1940, após uma campanha desastrosa na Noruega e a consequente queda do então primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Neville Chamberlain, cresce entre os britânicos o sentimento de que o país precisava ser liderado por um guerreiro.
É assim que, em 10 de maio, Winston Churchill, político de formação militar e de família aristocrata, assume o cargo. A guerra de Churchill começa nesse ponto, quando a demanda popular faz dele o novo primeiro-ministro — o que ficaria marcado na história como o ponto de virada no curso da Segunda Guerra Mundial.
“Neste retrato vívido e incisivo que refaz os passos de Churchill até o fim do conflito, Max Hastings nos mostra o primeiro-ministro em seu momento mais corajoso e indispensável, quando, por pura determinação, ele impediu o colapso da Grã-Bretanha diante do que parecia ser uma derrota certa.
Depois, à medida que os Estados Unidos enfim entram na guerra e os soviéticos mudam o rumo na Frente Oriental, vemos a importância de Churchill declinar. No entanto, ciente de que a guerra seria dominada por outros, ele soube administrar estrategicamente as relações com os líderes aliados para manter a influência britânica e limitar as vitórias de Stálin.
“Ao mesmo tempo, Churchill enfrentava perigos políticos no próprio país, uma situação pela qual ele era, em grande parte, responsável. Hastings narra como o primeiro-ministro quase desperdiçou a fuga milagrosa das tropas britânicas em Dunquerque e falhou em fazer correções fundamentais no exército britânico.
A inaptidão tática e a intromissão departamental lhe renderam poucos amigos nas Forças Armadas e, em 1942, muitos exigiam que ele cedesse o controle operacional. Mesmo assim, Churchill, até o fim, exalou uma confiança pública que ajudou a nação a superar a amarga guerra.
“Ao rejeitar a biografia tradicional de Winston Churchill, Hastings consegue capturar o que chama de ‘apetite para a briga’ do primeiro-ministro. Traça, com mestria, um perfil fascinante de um dos maiores líderes do século XX, que se destacou como grande estrategista e orador.”
Nota do Jornal Opção
¹ A rigor, o livro de Max Hastings não é uma biografia. Tanto que trata mais de Churchill entre 1940 e 1945, o período em que Winston foi primeiro-ministro da Inglaterra. Mas o livro do historiador inglês é fundamental para compreender a determinação do político e, sim, militar.
Leia mais sobre Winston Churchill